John Williamsom, norte-americano expert em games e realidade virtual, participou de evento na Capital John Williamsom, norte-americano expert em games e realidade virtual, participou de evento na Capital Foto: /CLAITON DORNELLES /JC

Popularização dos jogos traz oportunidades

John Williamsom é expert em games e realidade virtual

O norte-americano John Williamsom, expert em games e realidade virtual, participou, em setembro, do Dash Games, evento de jogos promovido no Shopping Total, em Porto Alegre. Em sua passagem pelo Rio Grande do Sul, falou como as empresas - de qualquer segmento - podem utilizar a tecnologia e sobre a presença das mulheres nessa área. Confira abaixo alguns trechos da conversa.
GeraçãoE - Como as empresas estão usando jogos e realidade virtual?
John Williamsom - Realidade virtual existe há mais tempo do que se pensa. Eu trabalho com realidade virtual desde 1980, e alguns profissionais já atuavam antes disso. O poder dos smartphones a tornou mais acessível e, agora, você pode usá-la até para treinamentos. O Walmart anunciou que comprou 17 mil headsets para capacitar seus funcionários. Outros negócios estão usando a realidade virtual que se conecta ao celular e permite olhar ao redor, 360°, e interagir com as coisas. Dá, ainda, para reproduzir um cenário para superar medos. Outra aplicação que estão usando é para situações incomuns: uma criança, por exemplo, que precisa fazer um exame de ressonância pode ser exposta a essa experiência de forma antecipada.
GE - A popularização da tecnologia reflete para quem atua no campo?
John - Antigamente, as ferramentas para fazer jogos não existiam, tudo era feito artesanalmente. Se fazia 300 jogos por ano. Hoje, todas as ferramentas são gratuitas e você pode aprender a usá-las na internet. Quer dizer que mais pessoas estão fazendo jogos, o que é bom para os consumidores, pois torna mais barato o conteúdo. Mas, por outro lado, está mais difícil de ganhar dinheiro como desenvolvedor. Porque, antes, você tinha que competir com 300 jogos por ano. Agora, se compete com 300 jogos por dia.
GE - E que oportunidades profissionais este mercado traz?
John - Atualmente, jovens do Ensino Médio podem fazer um jogo aqui no Brasil que será comprado por alguém nos Estados Unidos, Canadá ou China. Você pode fazer um jogo de qualquer lugar e vender para qualquer pessoa. Não tem mais barreiras de entrada.
GE - Quem está empreendendo na área?
John - Nos Estados Unidos, se você perguntar a meninas e meninos de oito anos o que eles querem ser quando crescer, escolhem as mesmas carreiras: cientistas, doutores ou jogadores de futebol. Mas, quando chegam ao Ensino Médio, o número de mulheres que quer ir para esses campos cai. Só 14% delas escolhe alguma área Stem (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Uma das justificativas se refere a modelos. Se você não vê um modelo a seguir, pensa que é algo que não possa fazer.
GE - Isso passa pela educação, portanto?
John - Sim, uma coisa é ensinar álgebra de uma forma que nunca usará na vida e outra é mostrar como isso pode virar um personagem que se move pela tela.
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