Sobre o Autor
Rafael Codonho é jornalista Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/JC

Rafael Codonho

Jornalista e sócio-diretor da Critério - Inteligência em Conteúdo

Vamos falar sério?

Rafael Codonho é jornalista e sócio-diretor da Critério - Inteligência em Conteúdo

Vivemos uma época em que a forma parece triunfar sobre o conteúdo. Apresentações modernosas encantam clientes e levam ao fechamento de contratos. A pose gera mais impacto do que a experiência e o estudo. Termos da moda são empregados com afetação em reuniões, convencendo interlocutores e agradando o ego de quem fala. Todo mundo opina sobre tudo, com a superficialidade típica da atualidade. Soluções mágicas para problemas complexos são tiradas da cartola a cada momento. Nunca a palavra "inovação" foi tão usada - e tão mal usada. É a Era do Xalalá.
Nelson Rodrigues escreveu que o brasileiro considera degradado dizer "bom-dia" sem pingar gênio. Em áreas com alto índice de subjetividade, como a da Comunicação, o terreno é ainda mais fértil para esse tipo de postura. Porém, quando descemos do cume da genialidade para a planície da realidade, surge a frustração. Ainda mais em tempos de crise, a objetividade vem cobrar seu preço ao comprovar que os efeitos esperados não apareceram. Aquela alta performance empolgou; entretanto, como um voo de galinha, não sobreviveu à prova do tempo.
Precisamos de um choque de vida real. De pé no chão. A busca incessante pela originalidade é imprescindível, mas a novidade pela novidade não se sustenta. Ao invés de fazermos reflexões sobre a discussão do debate, tenhamos senso prático. Um chef não chega a um elaborado cassoulet de frutos do mar sem antes, lá atrás, domar um modesto bife à milanesa. O esforço deve estar concentrado em encontrar a essência e atuar a partir dela. De nada adianta a criatividade se não estiver acompanhada pela verdade. É como ensinam os evangelhos: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".
O mundo de hoje pode até ser mais dinâmico e imediatista, mas temos de responder com organização e disciplina. Ter a capacidade da improvisação é um dom, porém não podemos ser reféns dele. A resposta está no trabalho e, com seriedade, em baixar a cabeça e entregar resultado. Em menos conversa e em mais suor. Grandes transformações ocorreram e outras ainda maiores estão por vir, sem dúvida alguma. No entanto, jamais haverá forma que fique de pé sem o conteúdo.
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