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Publicada em 29 de Abril de 2024 às 17:54

Dirigente do BCE reafirma abordagem a cada reunião e com foco em dados

Banco Central Europeu tem evitado tomar decisões precipitadas

Banco Central Europeu tem evitado tomar decisões precipitadas

DANIEL ROLAND/AFP/JC
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Agência Estado
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, reafirmou nesta segunda-feira (29), a postura recente da instituição, com tomada de decisões a cada reunião e sem se comprometer antecipadamente com algum rumo na política monetária. Durante discurso na reunião do grupo Euro 50 em Londres, ele disse que "ainda há trabalho a fazer" na inflação da zona do euro, mas considera que estão no caminho certo.Guindos recordou que o BCE projeta chegar à meta de inflação em 2% em 2025, mas considerou que há "riscos substanciais" no cenário. Entre eles, a situação geopolítica, "em particular no Oriente Médio", é um risco de alta para os preços. Até agora, as crescentes tensões na região tiveram apenas influência moderada nos preços do petróleo, mas "acontecimentos recentes lembram que monitorar esses riscos e seus impactos nos preços de commodities continua a ser altamente relevante para a perspectiva de inflação".O dirigente disse que, caso ocorra maior escalada nas tensões, problemas no comércio e impedimentos de entregas de petróleo, isso poderia levar para cima os preços de energia e os custos com frete de cargas no curto prazo, prejudicando o comércio global. A inflação também poderia se mostrar mais alta que o antecipado se os salários crescerem acima do previsto, ou se as margens de lucro se mostrarem mais resilientes, comentou. Por outro lado, um impacto mais duro da política monetária sobre a demanda ou uma piora inesperada no ambiente econômico no restante do mundo poderiam se traduzir em surpresas de baixa para a inflação.Segundo Guindos, o crescimento deve ser retomado "em um ritmo moderado" na zona do euro. Dados mais recentes apontam recuperação gradual da atividade, após um período de estagnação. Ele vê riscos ao crescimento como "elevados" e voltados para baixo. Em particular, os riscos geopolíticos ameaçam a economia global, afirmou, acrescentando que mais desaceleração no comércio no mundo também pesaria no crescimento da zona do euro.Guindos também mencionou, ao falar sobre o quadro financeiro, as dificuldades maiores no mercado imobiliário comercial, com custos mais elevados de financiamento, práticas de trabalho híbrido, e-commerce e outros pontos que continuam a pressionar os segmentos de escritórios e varejo. De qualquer modo, comentou que o sistema financeiro da zona do euro "tem se mantido forte, apoiado pela inflação declinante".O vice do BCE também reafirmou a determinação em garantir que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo em um cronograma adequado. As decisões futuras "garantirão que nossas taxas seguirão restritivas o suficiente pelo tempo necessário". Caso a avaliação atualizada sobre a perspectiva de inflação, a dinâmica do núcleo dela e a força da transmissão da política monetária elevarem a confiança de que a inflação caminha para a meta de modo sustentado, será reduzido o nível da restrição na política monetária, afirmou.
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, reafirmou nesta segunda-feira (29), a postura recente da instituição, com tomada de decisões a cada reunião e sem se comprometer antecipadamente com algum rumo na política monetária. Durante discurso na reunião do grupo Euro 50 em Londres, ele disse que "ainda há trabalho a fazer" na inflação da zona do euro, mas considera que estão no caminho certo.

Guindos recordou que o BCE projeta chegar à meta de inflação em 2% em 2025, mas considerou que há "riscos substanciais" no cenário. Entre eles, a situação geopolítica, "em particular no Oriente Médio", é um risco de alta para os preços. Até agora, as crescentes tensões na região tiveram apenas influência moderada nos preços do petróleo, mas "acontecimentos recentes lembram que monitorar esses riscos e seus impactos nos preços de commodities continua a ser altamente relevante para a perspectiva de inflação".

O dirigente disse que, caso ocorra maior escalada nas tensões, problemas no comércio e impedimentos de entregas de petróleo, isso poderia levar para cima os preços de energia e os custos com frete de cargas no curto prazo, prejudicando o comércio global. A inflação também poderia se mostrar mais alta que o antecipado se os salários crescerem acima do previsto, ou se as margens de lucro se mostrarem mais resilientes, comentou. Por outro lado, um impacto mais duro da política monetária sobre a demanda ou uma piora inesperada no ambiente econômico no restante do mundo poderiam se traduzir em surpresas de baixa para a inflação.

Segundo Guindos, o crescimento deve ser retomado "em um ritmo moderado" na zona do euro. Dados mais recentes apontam recuperação gradual da atividade, após um período de estagnação. Ele vê riscos ao crescimento como "elevados" e voltados para baixo. Em particular, os riscos geopolíticos ameaçam a economia global, afirmou, acrescentando que mais desaceleração no comércio no mundo também pesaria no crescimento da zona do euro.

Guindos também mencionou, ao falar sobre o quadro financeiro, as dificuldades maiores no mercado imobiliário comercial, com custos mais elevados de financiamento, práticas de trabalho híbrido, e-commerce e outros pontos que continuam a pressionar os segmentos de escritórios e varejo. De qualquer modo, comentou que o sistema financeiro da zona do euro "tem se mantido forte, apoiado pela inflação declinante".

O vice do BCE também reafirmou a determinação em garantir que a inflação retorne à meta de 2% no médio prazo em um cronograma adequado. As decisões futuras "garantirão que nossas taxas seguirão restritivas o suficiente pelo tempo necessário". Caso a avaliação atualizada sobre a perspectiva de inflação, a dinâmica do núcleo dela e a força da transmissão da política monetária elevarem a confiança de que a inflação caminha para a meta de modo sustentado, será reduzido o nível da restrição na política monetária, afirmou.

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