Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 29 de Abril de 2024 às 00:50

Caminhos para promover a inserção das mulheres em negócios inovadores

Thamis Aline Zeni | Gerente de Pessoas e Cultura da Rands

Thamis Aline Zeni | Gerente de Pessoas e Cultura da Rands

/Rands/divulgação/jc
Compartilhe:
Thamis Aline Zeni
Ainda que enfrente desafios significativos em termos de representatividade e igualdade de oportunidades, a presença das mulheres no cenário nacional de inovação e empreendedorismo vêm evoluindo continuamente ao longo dos anos. Atualmente, cerca de 10 milhões estão à frente de 34,4% da empresas no País, tendo o segmento de Serviços responsável pela maior participação feminina (53%), seguidos pelo Comércio (27%), de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/2022).
Ainda que enfrente desafios significativos em termos de representatividade e igualdade de oportunidades, a presença das mulheres no cenário nacional de inovação e empreendedorismo vêm evoluindo continuamente ao longo dos anos. Atualmente, cerca de 10 milhões estão à frente de 34,4% da empresas no País, tendo o segmento de Serviços responsável pela maior participação feminina (53%), seguidos pelo Comércio (27%), de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/2022).
O aumento da participação feminina na criação de negócios muitas vezes é fruto de inovações por elas próprias concebidas - seja com produtos inéditos, seja com inovações incrementais e igualmente importantes para se diferenciar no mercado. Em estudo recente o Sebrae identificou que, durante a pandemia, as mulheres a frente de empresas foram mais ágeis na adoção de novas tecnologias e criatividade: 11% afirmaram ter inovado em seus negócios durante a crise, enquanto somente 7% declararam ter olhado para esse quesito.
Uma série de fatores contribui para isso, como mais acesso à educação tradicional e também àquela voltada a temas específicos, como educação financeira ou gestão de negócios. Aliado a isso estaria, ainda, mudanças culturais e avanços tecnológicos que facilitam o empreendedorismo. Neste cenário, e complementando o ambiente positivo, têm surgido várias iniciativas destinadas a apoiar e promover empreendedoras, inovadoras e líderes.
Isso inclui programas de mentoria, programas de aceleração de carreira feminina, redes de apoio, fundos de investimento focados em mulheres e políticas governamentais voltadas para a igualdade de gênero no ambiente de negócios. Os ganhos, cabe destacar, recaem sobre toda a sociedade com empregos gerados, ampliação de posições técnicas ou estratégicas ocupadas por mulheres nas organizações, fortalecimento da economia e a entrada no mercado de mais produtos disruptivos, mais acessíveis ou adaptados a diferentes demandas.
A presença feminina no setor de Tecnologia, como profissionais do mercado ou empreendedoras, vem igualmente avançando. De acordo com a PNAD de 2022, as mulheres representavam 20% dos trabalhadores desse setor. É pouco se levarmos em conta que nós mulheres representamos cerca de 52% da população, mas há pouco tempo esse percentual não passava de um dígito.
O fato de tradicionalmente haver menos mulheres em áreas de estudos das ciências exatas e de TI pode ser considerado um limitador para a participação feminina na inovação. A temática "inovação", porém, tem avançado muito e em diversas áreas das organizações, não se limitando apenas às áreas técnicas e de tecnologia ou de Pesquisa & Desenvolvimento.
Hoje, é comum vermos a cultura de inovação sendo fortalecida por todas as áreas das organizações fazendo, assim, com que um maior número de pessoas comece a se relacionar com o tema e se aproximar deste universo - entre as quais, a mulheres. A partir do momento que entendemos que é necessário desmitificar inovação, que ela faz parte do dia a dia de todos e não apenas de uma área específica, se rompe um ciclo importante. Consequentemente, a inovação passa a contar com uma maior participação das mulheres.
Tendência em crescimento dentro das empresas, o intraempreendedorismo, se baseia no estímulo à inovação em toda a organização e em todos os colaboradores, com uma abordagem importante: promover o desenvolvimento interno de novas ideias e negócios. Entre os exemplos de programas e iniciativas que as empresas podem implementar para fomentar o intraempreendedorismo estão hackathons e desafios de inovação aberta, programas de incubação interna, plataformas de ideias e inovação colaborativa e programas de reconhecimento. Podendo, inclusive, mas não necessariamente, ter edições femininas específicas, como forma de colocar holofotes sobre o tema e atrair ainda mais mulheres.
O intraempreendedorismo é um dos caminhos que pode desempenhar um papel importante na inserção das mulheres no mundo da inovação, proporcionando oportunidades de liderança, promovendo a diversidade de perspectivas e ideias, oferecendo suporte ao desenvolvimento profissional e criando uma cultura organizacional mais inclusiva. Alavancar carreiras e ampliar a participação das mulheres em posições estratégicas enriquece o panorama profissional com diversidade de talentos que impulsionam avanços significativos em todas as áreas de conhecimento.

O diálogo sempre será o melhor caminho

Psicóloga e gerente de Pessoas do escritório SCA - Scalzilli Althaus

Psicóloga e gerente de Pessoas do escritório SCA - Scalzilli Althaus

/Scalzilli Althaus/divulgação
Imagine estar em seu dia normal de trabalho e, de repente, ser surpreendido com uma notificação no app da carteira de trabalho, dando conta que você foi demitido, sem que a empresa tenha lhe comunicado. É o que tem sido relatado por vários profissionais recentemente, expondo uma enorme falha na relação das companhias com seus colaboradores, no que diz respeito à comunicação, diálogo e feedback.
O papel fundamental de um líder é acompanhar o desenvolvimento de seu time e, principalmente, identificar o que está dando certo e o que é preciso evoluir para a excelência do resultado. Uma empresa que não comunica suas mudanças para o grupo, que não consegue explicitar em palavras o desempenho de seu colaborador, sem dúvidas não se preocupa com a equipe, com a satisfação do colaborador e sua evolução no negócio.
Um profissional que erra e não evolui sempre gera impactos. Muitas vezes é preciso recalcular a rota, apontando falhas e garantindo que elas não se repitam — sem que uma atitude drástica como o desligamento seja o único caminho. Toda vez que um colaborador deixa o grupo, um desconforto e conversas internas entre os demais podem acontecer. Dúvidas e medo do que pode vir a acontecer com cada um que compõe o time também são comuns.
Além de uma maior carga de trabalho para as equipes que terão que absorver a demanda ou auxiliar na capacitação para o novo colega, desligamentos também geram investimento de novos processos seletivos. Antes de a demissão ser o caminho, as empresas precisam avaliar e considerar o potencial técnico, o engajamento e a entrega das equipes. Além de valorizar quem está contribuindo para o resultado, sinalizar com um feedback construtivo e desenvolver capacidades que estão em déficit são recursos importantes para uma corporação.
Não estou afirmando que a empresa tem que permanecer com profissionais que não entregam, muito pelo contrário. Mas se os processos estão bem definidos internamente, a comunicação deve ser clara desde a contratação — apontando responsabilidades e oportunizando espaço de troca e de amadurecimento profissional, enaltecendo os aspectos que agregam e os que estão aquém do esperado para a função.
E, se for o caso de uma demissão, o processo deve ser humanizado, além de atender todos os trâmites legais exigidos. Não pode ser algo frio como o que algumas pessoas têm manifestado, sabendo do seu desligamento por uma notificação, sem uma conversa clara e com olho no olho.
Seja qual for a situação do trabalhador, a premissa dos gestores deve ser de uma comunicação próxima e empática, evitando uma série de percalços no decorrer do caminho. Precisamos ser sinceros e apontar sem receio os erros. Isso gera oportunidades de mudanças positivas, crescimento pessoal, e, consequentemente, garante grandes resultados e aprendizados para o negócio. O diálogo sempre será o melhor caminho.
 

Notícias relacionadas