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Política

- Publicada em 23 de Maio de 2019 às 22:36

Elogios de Leite fazem justiça a Sartori, diz Branco

Líder do MDB na Assembleia quer posição do Piratini sobre o Banrisul

Líder do MDB na Assembleia quer posição do Piratini sobre o Banrisul


CLAITON DORNELLES/JC/CLAITON DORNELLES /JC
Marcus Meneghetti
O líder da bancada do MDB na Assembleia Legislativa, Fábio Branco, quer uma posição do governo Eduardo Leite (PSDB) sobre a informação extraoficial de que a nova diretoria do Banrisul receberia um aumento que poderia passar de 100%. O Palácio Piratini não confirmou nem negou o rumor até agora. Apenas disse que a decisão sobre a remuneração da diretoria cabe ao conselho administrativo da instituição financeira.
O líder da bancada do MDB na Assembleia Legislativa, Fábio Branco, quer uma posição do governo Eduardo Leite (PSDB) sobre a informação extraoficial de que a nova diretoria do Banrisul receberia um aumento que poderia passar de 100%. O Palácio Piratini não confirmou nem negou o rumor até agora. Apenas disse que a decisão sobre a remuneração da diretoria cabe ao conselho administrativo da instituição financeira.
O MDB retirou o quórum das sessões da Assembleia quando o projeto com as indicações para o Banrisul estava prestes a ser votado. A matéria já foi adiada três vezes. Por consequência, o projeto de reajuste do salário-mínimo regional e outras propostas têm sido postergados também. A proposta do Executivo para reposição do piso regional é de 3,4%.
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Branco sustenta que os conselheiros do Banrisul são indicados pelo governo. Portanto, o Piratini poderia orientá-los a recusarem o aumento salarial. Ao comentar os elogios de Eduardo Leite ao ex-governador José Ivo Sartori (MDB), o parlamentar disse que "foi justiça feita ao governador Sartori". O ex-governador foi contatado pela reportagem para comentar o elogio, mas não se manifestou.
Jornal do Comércio - Por que o MDB não quis votar a indicação da diretoria do Banrisul?
Fábio Branco - Não estamos discutindo o nome das pessoas, pois entendemos que são muito qualificadas. A preocupação e a inconformidade da nossa bancada estão relacionadas à remuneração. Essa é uma preocupação, porque essa informação (de que os salários da diretoria aumentariam) chegou à Assembleia no dia da votação, e não obtivemos uma informação oficial do governo sobre a veracidade disso. Essa é a nossa preocupação, tendo em vista que o Estado passa por dificuldades, com salários dos servidores atrasados há mais de 40 meses etc.
JC - O MDB indicou um dos diretores do Banrisul, o Fernando Postal...
Branco - Sim.
JC - O líder do governo, Frederico Antunes (PP), chegou a declarar que a bancada do MDB poderia tirar as dúvidas quanto ao salário da diretoria do Banrisul com o diretor que indicou. Afinal, quem define os salários é o conselho do banco, do qual os diretores fazem parte. Como o senhor avalia essa afirmação?
Branco - Quem define sobre o orçamento do banco é o conselho. Os membros do conselho são indicados pelo governo, não são os diretores quem definem. Então não adianta falar com o Fernando Postal, para nos tranquilizar. Quem tem que se manifestar sobre essa situação é o governo.
JC - Surge um impasse nessa situação: a bancada do MDB quer uma posição do governo, que, por sua vez, diz que não cabe a ele a decisão sobre os salários, mas sim ao conselho do Banrisul...
Branco - Mas o governo tem a maioria no conselho. Por consequência, se ele decidir não dar o aumento... De qualquer forma, o que queremos é que o governo esclareça, porque, até agora, ninguém confirmou nem desmentiu a informação.
JC - E se o governo confirmar que os salários da diretoria vão aumentar?
Branco - Aí vamos levar essa discussão para a bancada. São oito deputados que vão decidir (como a bancada vai votar no plenário) através do voto fechado.
JC - Não seria desgastante para os deputados votar a favor de uma diretoria do banco, que pode receber até 100% de aumento salarial, e votar pelo reajuste de apenas 3,4% no salário-mínimo regional para os trabalhadores gaúchos?
Branco - É, mas não estamos juntando as coisas. O salário-mínimo regional está bem discutido, bem claro. É uma decisão que vai ser na hora. Não temos problema nenhum em votar. O que está faltando é a informação sobre a remuneração da diretoria do Banrisul.
JC - Uma outra dúvida da bancada do MDB diz respeito ao destino dos recursos oriundos da privatização das companhias Estadual de Energia Elétrica (CEEE), de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) e Riograndense de Mineração (CRM). Isso foi discutido com o governo?
Branco - Tivemos uma reunião com o governo. Queremos entender melhor a concepção total do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), porque não é simplesmente a alienação das estatais que vai fazer com que o Estado receba a ajuda federal. A exigência é de que existe necessidade de que algumas empresas públicas sejam privatizadas. As nossas preocupações são o destino desses recursos, como vai ser a modelagem da venda e, principalmente, quais vão ser as outras medidas para ingressar no RRF. Afinal, o regime é urgente para o Estado. Todas as votações que estamos fazendo é para o encaminhamento do RRF.
JC - Que pontos o governo esclareceu na reunião?
Branco - Não esclareceu nada. Deixamos algumas dúvidas por escrito para que, na próxima reunião, possamos esclarecer.
JC - Quando vai ser a próxima reunião?
Branco - Ainda não tem data.
JC - Apesar de ter a maior bancada da base aliada, o MDB ocupa apenas uma secretaria no governo. O partido está satisfeito com o espaço na administração tucana?
Branco - Estamos contemplados, sim. Nossa preocupação não é ocupação de cargos. O MDB quer se fazer presente nas discussões do dia a dia, não quer ser pego de surpresa.
JC - Durante palestra na Federasul (Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul) nesta semana, Leite elogiou o ex-governador Sartori por ter iniciado e amadurecido o debate sobre a privatização da CEEE, da Sulgás e da CRM. Como o senhor avalia essa afirmação?
Branco - Foi justiça feita ao governador Sartori. Afinal, foi ele quem teve a coragem de levantar temas como (retirar) o plebiscito, a situação financeira do Estado, porque ninguém tinha coragem de assumir os seus déficits... Então, realmente, o governador está reconhecendo muitas coisas feitas pelo Sartori, que possibilitaram, inclusive, uma votação expressiva na PEC que retirou a obrigatoriedade do plebiscito (40 votos a favor).
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