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Internacional

- Publicada em 30 de Abril de 2019 às 03:00

Psoe descarta unir-se a centristas

No dia seguinte à eleição que fortaleceu os socialistas na Espanha e abriu uma crise profunda nas fileiras do Partido Popular (PP, de direita), imprensa e analistas locais fazem prognósticos sobre a composição do próximo governo. O Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), do premiê Pedro Sánchez, emplacou 123 deputados na próxima legislatura, o que, apesar de representar um avanço expressivo em relação às 85 cadeiras atuais, não dá à legenda condições de administrar o país sem apoios. Para controlar o Congresso, é preciso deter 176 postos (são, ao todo, 350 parlamentares).
No dia seguinte à eleição que fortaleceu os socialistas na Espanha e abriu uma crise profunda nas fileiras do Partido Popular (PP, de direita), imprensa e analistas locais fazem prognósticos sobre a composição do próximo governo. O Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), do premiê Pedro Sánchez, emplacou 123 deputados na próxima legislatura, o que, apesar de representar um avanço expressivo em relação às 85 cadeiras atuais, não dá à legenda condições de administrar o país sem apoios. Para controlar o Congresso, é preciso deter 176 postos (são, ao todo, 350 parlamentares).
Para isso, um cenário seria o Psoe estender a mão ao centrista Cidadãos, de Albert Rivera, terceira força nacional, que ganhou musculatura no domingo: passou de 32 para 57 assentos. Mas a relação entre os partidos, cordial até pouco tempo atrás, azedou bastante nos últimos meses. A raiz do estremecimento talvez esteja no fato de que Rivera aparecia, um ano atrás, em pesquisas como favorito a suceder o ex-premiê Mariano Rajoy (PP).
Com a aprovação da moção de desconfiança que derrubou o conservador e catapultou Sánchez ao comando do país, o chefe do Cidadãos recalibrou sua estratégia e partiu para o ataque contra os socialistas, buscando se posicionar como o líder da oposição. Na reta final da campanha, chegou a dizer durante um comício que "nascemos para tirar Sánchez e personagens como ele da Moncloa (sede do governo, em Madri)". Além disso, em fevereiro, logo após a convocação da eleição, a executiva do Cidadãos decidiu que o partido não entraria em coalizão com o Psoe.
Nesta segunda-feira, Ines Arrimadas, número 1 da legenda em Barcelona, reiterou a determinação: "Não haverá nenhum tipo de negociação. O Cidadãos não pode pactuar com aquele que pactuou com (o presidente regional da Catalunha, Quim) Torra, EH Bildu (partido nacionalista basco) e (o ex-presidente catalão) Carles Puigdemont".
De seu lado, Sánchez disse, na noite de domingo, que os socialistas não responderiam aos centristas na mesma moeda. "Não criaremos um cordão sanitário, como fizeram conosco", afirmou, enquanto centenas de militantes gritavam "com Rivera, não!", interrompendo seu discurso repetidamente. "Ok, isso ficou bastante claro", declarou o primeiro-ministro, depois de ser cortado pela enésima vez.
A composição do futuro governo deve levar algumas semanas, na melhor das hipóteses. Ninguém na Espanha espera arranjos definitivos antes do fim de maio, quando acontecem eleições municipais, autonômicas (das regiões) e para definir os representantes do país no Parlamento Europeu.
Outra opção seria uma articulação com o Podemos (esquerda radical), que recuou no domingo a 42 cadeiras, contra as 67 que detinha até então. A questão é que a soma das duas bancadas fica a 11 assentos do "número mágico" de 176. Uma solução seria buscar alianças com os vários partidos regionais (mas não separatistas) que terão entre um e seis deputados na próxima legislatura. Mesmo com eles, porém, a base governamental se elevaria a 175, um a menos do que o necessário.
Dessa maneira, na hipótese de o acerto com o Cidadãos não se concretizar, o Psoe deverá fazer algum tipo de aceno aos movimentos independentistas catalão e, em menor medida, basco. Ocorre que esses grupos têm uma relação instável com os socialistas. Essenciais à passagem da moção que pôs fim à era Rajoy, voltaram-se contra Sánchez no começo de 2019 e rechaçaram sua proposta de orçamento anual.
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