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Internacional

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Votação amplia chances de Brexit sem acordo

Fracasso é simbólico, mas mostra fraqueza do governo May 

Fracasso é simbólico, mas mostra fraqueza do governo May 


TOLGA AKMEN/AFP/JC
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sofreu uma derrota embaraçosa no Parlamento em sua estratégia para a saída da União Europeia (UE), o Brexit. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Comuns rejeitou, por 303 votos a 258, uma moção que reiterava a estratégia da premiê para a separação - duas semanas após os mesmos parlamentares a apoiarem.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sofreu uma derrota embaraçosa no Parlamento em sua estratégia para a saída da União Europeia (UE), o Brexit. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Comuns rejeitou, por 303 votos a 258, uma moção que reiterava a estratégia da premiê para a separação - duas semanas após os mesmos parlamentares a apoiarem.

O fracasso é simbólico, por não ter caráter vinculante - ou seja, o governo não é obrigado a segui-las -, mas mostra a fraqueza de May no momento em que ela busca garantir mudanças no acordo com a UE, a fim de ganhar aval no seu Parlamento. O governo foi derrotado quando membros de um grupo pró-Brexit do Partido Conservador, governista, o European Research Group, se absteve por acreditar que o governo, na prática, descartou a ameaça de uma saída sem acordo.

A conta pode sair mais cara para o Legislativo, já que os parlamentares foram incoerentes em relação ao acordado no final de janeiro, quando deram sinal verde a duas propostas: a de que a exclusão de um artigo polêmico do documento fechado com Bruxelas bastaria para o Legislativo finalmente aprovar o pacto e a de que o cenário de um "no deal" (ruptura a seco, sem qualquer acordo) deveria ser descartado. O tópico que causa contrariedade é o que fixa um dispositivo para evitar, após o Brexit, o restabelecimento de controles de mercadorias na fronteira entre as Irlandas, a única divisa terrestre entre UE e Reino Unido: uma união aduaneira temporária entre os dois blocos. A ala mais radical do Partido Conservador acha que o mecanismo, que só entraria em vigor em caso extremo, pode deixar os britânicos presos ao sistema europeu indefinidamente.

May tentou obter da UE um "prazo de validade" para a união aduaneira ou a possibilidade de Londres se retirar unilateralmente. O outro lado não cedeu até aqui. Nesta quinta-feira, foi novamente o segmento mais favorável a um Brexit duro do Partido Conservador que selou o revés da premiê - a ironia é que é esse grupo, integrado por não mais do que 50 parlamentares, que May mais se esmera em agradar nas tratativas do acordo.

Eles querem a exclusão do "backstop" (nome em inglês desse "seguro" contra a volta de uma fronteira restritiva nas Irlandas), mas não aceitam que o governo tire da mesa a hipótese de um "no deal". No entendimento dessa ala, o fantasma de um caos logístico e alfandegário (certamente no Reino Unido, mas também na Europa continental) na ausência de um acordo é uma bela carta na manga para constranger a UE a reabrir e editar o acordo finalizado em novembro passado. O Reino Unido deve deixar a UE em 29 de março.

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