Ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) e do Reino Unido declararam ontem, em tom cauteloso, que os britânicos deverão fechar em breve um acordo para se retirarem do bloco, dentro do processo conhecido como Brexit, mas praticamente descartaram que um acerto seja alcançado na reunião de cúpula da UE marcada para esta semana.
Conversas foram interrompidas ontem, depois que os dois lados falharam em superar divergências relacionadas principalmente a como manter o fluxo de bens entre a Irlanda, que pertence à União Europeia, e a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, depois que os britânicos deixarem o bloco.
O Reino Unido deverá sair da UE oficialmente em 29 de março do próximo ano, mas é necessário que um acordo seja fechado nas próximas semanas para que os parlamentos europeu e britânico tenham tempo hábil de ratificá-lo. Não há novas discussões previstas sobre o Brexit antes que os líderes da UE se reúnam para uma cúpula em Bruxelas, a partir de amanhã.
"Há uma ou duas questões pendentes muito difíceis, mas acho que conseguiremos chegar lá", afirmou o ministro de Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt. Já o ministro irlandês de Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, admitiu estar "frustrado" com o atraso, ressaltando que, além do Reino Unido, a Irlanda é o país que mais tem a perder com o Brexit.