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Meio ambiente

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Não há certeza se rejeitos da Vale chegarão ao rio São Francisco

A água com rejeitos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) está a cerca de 200 quilômetros do reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, localizada no rio São Francisco. Porém, a Agência Nacional de Águas (ANA) adverte, em nota, que ainda não é possível ter certeza se os rejeitos chegarão ou não ao local. O impacto de uma eventual contaminação do rio - estratégico para o abastecimento de água potável de toda a região - é um dos desdobramentos que mais preocupa as agências governamentais após a tragédia, que provocou ao menos 150 mortes e contava, até o final da tarde de quinta-feira, com 182 desaparecidos.
A água com rejeitos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) está a cerca de 200 quilômetros do reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, localizada no rio São Francisco. Porém, a Agência Nacional de Águas (ANA) adverte, em nota, que ainda não é possível ter certeza se os rejeitos chegarão ou não ao local. O impacto de uma eventual contaminação do rio - estratégico para o abastecimento de água potável de toda a região - é um dos desdobramentos que mais preocupa as agências governamentais após a tragédia, que provocou ao menos 150 mortes e contava, até o final da tarde de quinta-feira, com 182 desaparecidos.
Passados 15 dias desde a enxurrada de lama tóxica, ocorrida em 25 de janeiro, a água contaminada avançou pouco mais de 130 quilômetros no rio Paraopeba, diretamente atingido pela tragédia. A situação, porém, pode se agravar a partir da ocorrência de chuvas, que têm caído com frequência nos últimos dias e podem acelerar a propagação dos sedimentos.
De acordo com a ANA, o desastre é de monitoramento complexo, e só no decorrer dos próximos dias será possível avaliar todos os desdobramentos para a bacia hidrográfica atingida. No último dia 31, as análises feitas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas apontaram que as águas do Paraopeba estão impróprias para consumo, apresentando risco à saúde humana e animal. A indicação é de que a água não deve ser utilizada em nenhuma hipóteses, até a normalização do quadro, e deve ser respeitada - por questões de segurança - uma distância de 100 metros das margens do rio.
A Superintendência da Polícia Federal confirmou, na quinta-feira, que a principal linha de investigação sobre Brumadinho aponta o acúmulo anormal de água e a falha no sistema de drenagem como prováveis causas do colapso da barragem. Além dos danos ambientais, estão sendo investigados crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e homicídio.
Em paralelo, moradores do Córrego do Feijão e funcionários que sobreviveram ao rompimento da barragem teriam relatado um suposto vazamento no pé da estrutura, uma semana antes do colapso. Segundo esses depoimentos, a Vale estaria tentando reparar o problema, sem sucesso.
 

Pedido de CPI sobre rompimento de barragem é protocolado no Senado

O pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as causas do rompimento da barragem em Brumadinho foi protocolado no Senado na quinta-feira. O requerimento, entregue pelos senadores do PSD Otto Alencar (BA) e Carlos Viana (MG), conta com 42 assinaturas, 15 a mais que o mínimo exigido.
De acordo com Viana, que pretende ser relator da comissão, o inquérito não terá caráter punitivo, sendo voltado para a proposição de mudanças que modernizem a legislação em torno das barragens em minas do País.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que o documento deve ser lido em plenário na próxima terça-feira, o que abre o processo para que os líderes indiquem os 11 titulares e sete suplentes da comissão. A CPI deve ter duração de 180 dias.
Na quinta-feira, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, foi à região atingida pela lama, para reuniões com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e autoridades das esferas estadual e municipal, além de visitas a regiões atingidas pela tragédia. Segundo nota divulgada pela assessoria da pasta, uma das principais preocupações é oferecer uma justa reparação aos indígenas que dependem do rio Paraopeba para sobreviver.
Em paralelo, a comissão externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as consequências do desastre estava agendada para fazer uma visita técnica a Brumadinho durante a sexta-feira.