As demissões na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) no Rio Grande do Sul podem ultrapassar 600 pessoas entre professores e trabalhadores em diversas áreas da instituição. Em reunião com o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) e o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Privado dos Vales do RS (Sintep-Vales), a mantenedora Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra) confirmou a dispensa de 512 funcionários, sendo 287 docentes.
O número total chega a 632 somando mais 120 demissões de empregados nos campi de Torres, Cachoeira do Sul e Porto Alegre, número estimado pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar (Sintae-RS), responsável pela cobertura de profissionais de 13 unidades da Ulbra situadas nas cidades, Luiz Gambin.
A reunião entre a universidade e os sindicatos foi nessa segunda-feira (14) no reitoria em Canoas. Na semana passada, a Ulbra alegou que estava fazendo um
ajuste em seu quadro de professores. A alegação para as dispensas é a crise financeira. O Jornal do Comércio solicitou esclarecimentos à instituição, mas não obteve retorno até a veiculação da reportagem.
Os representantes da Ulbra apontaram aos dois sindicatos que a situação foi agravada pela redução do número de matrículas, diminuição do número de disciplinas cursadas pelos alunos ativos, inadimplência e pela baixa procura dos cursos a distância. Um estudo já estava sendo feito por uma empresa terceirizada para viabilizar as demissões, conforme a diretora do Sintep-Vales, Georgina Giordani, presente na reunião.
A grande preocupação dos sindicatos passa a ser o pagamento das verbas rescisórias dos funcionários. No encontro, a Aelbra alegou não ter dinheiro em caixa para pagar os valores dentro dos prazos legais e propôs um parcelamento de 24 vezes. Entretanto, a proposta foi rechaçada pelos sindicatos. "Refutamos na hora, nem levamos aos funcionários. Tu imaginas os trabalhadores sem salário, sem emprego, e com dezembro atrasado. Os trabalhadores também não iriam aceitar", informou Georgina.
Na manhã da próxima quinta-feira (17), uma nova reunião acontecerá entre as partes, incluindo o Sintae-RS. Os sindicatos devem apresentar uma contraproposta à mantenedora. "Vamos tentar construir uma proposta alternativa. Queremos que a Ulbra garanta algumas vantagens aos demitidos, como a manutenção dos planos de saúde e das bolsas de ensino", adiantou o diretor do Sinpro-RS, Marcos Fuhr.