As flores ganham cada vez mais espaço na casa (e nas redes sociais) das pessoas. E onde há demanda, há gente inovando e empreendendo

De minijardins a plantas de crochê: a criatividade dos negócios para quem curte natureza


As flores ganham cada vez mais espaço na casa (e nas redes sociais) das pessoas. E onde há demanda, há gente inovando e empreendendo

Falta de espaço não é desculpa para não ter um jardim em casa. É o que acredita Claudia Garcia, 51 anos, criadora da marca de terrários e minijardins O Jardinzinho. Uma mudança de cidade foi o que fez Claudia, há nove anos, apostar em um novo caminho para sua carreira. "Sempre tive uma veia artística. Morava em Camaquã e lá trabalhava como decoradora de festas e eventos. Minha filha resolveu vir estudar em Porto Alegre em 2010. Decidi estudar também e fiz design de interiores no IPA. Minha disciplina preferida foi design da paisagem", conta Claudia.
Falta de espaço não é desculpa para não ter um jardim em casa. É o que acredita Claudia Garcia, 51 anos, criadora da marca de terrários e minijardins O Jardinzinho. Uma mudança de cidade foi o que fez Claudia, há nove anos, apostar em um novo caminho para sua carreira. "Sempre tive uma veia artística. Morava em Camaquã e lá trabalhava como decoradora de festas e eventos. Minha filha resolveu vir estudar em Porto Alegre em 2010. Decidi estudar também e fiz design de interiores no IPA. Minha disciplina preferida foi design da paisagem", conta Claudia.
Durante o período da faculdade, ela teve uma experiência sem êxito no empreendedorismo. "Coloquei uma floricultura com uma amiga. Foi uma tentativa frustrada. Vi que não ia dar certo e, seis meses depois, abandonei." A partir do fracasso do negócio surgiu a ideia de produzir jardins. "Uma amiga pediu para eu fazer um jardinzinho de sete ervas. Fiz em casa, com as coisas que tinham sobrado da floricultura. Postei uma foto no meu Facebook para avisar a minha amiga que o jardinzinho dela estava pronto. A receptividade foi enorme."
A filha de Claudia, que diz ser sua maior incentivadora, alertou que trabalhar com minijardins era um nicho de mercado promissor em função do aumento de interesse por suculentas e cactos. Ela botou fé e, em 2017, iniciou as atividades da marca. "As pessoas, às vezes, não têm tempo nem espaço para manter um jardim. Trabalham o dia inteiro, moram em apartamento. Então o minijardim traz a natureza para dentro de casa, traz alegria, decora, traz prosperidade." As produções são feitas em vasos de vidro e de concreto, estes fabricados por ela mesma. Os valores vão de R$ 35,00 a R$ 200,00, com vendas em feiras de design de Porto Alegre e também pelo Instagram da marca (@ojardinzinho). Desde o início do projeto, a participação nos eventos lhe gera troca com outros empreendedores. "Pude conhecer muita gente legal. Designers que, como eu, estão na batalha", avalia.
Embora concilie a produção dos terrários com a rotina de designer de interiores, Claudia conta que o trabalho manual ocupa cada vez mais espaço na sua vida. "Tornou-se um negócio e eu não esperava. Fui criando mais e amando mais, porque é muito gratificante. Sou apaixonada pelo que faço."
Para se manter competitiva mesmo com o surgimento de muitos negócios que trabalham com produtos similares, Claudia aposta na constante renovação. "Estou o tempo todo pesquisando, trazendo novidades. Não dá para ficar na mesmice." Ela acredita que, mesmo que cresça o número de empreendedores nesse mercado, o fato de ser um trabalho manual torna cada peça e cada marca singulares. "Podem ter outras pessoas fazendo terrários, mas o meu é único. Tenho meu jeito, tenho meu toque. É que nem tu fazer uma comida: duas pessoas podem fazer a mesma receita, mas nunca fica igual. Esse é o diferencial.''

Vida longa aos cactos de crochê feitos por mãe e filha

Mesmo quem não leva jeito para cuidar de flores pode ter plantas para decorar o ambiente. Esse é o principal público das Encactadas, marca comandada por mãe e filha que produzem cactos de crochê.
Nêidi Miriam de Jesus, 47 anos, e Bruna de Jesus Plesnik, 25, gostam muito de cultivar plantas em casa. "Minha mãe tem o dom para cuidar de plantas. Cactos nos encantam", conta Bruna. Paralelo ao gosto, a arte manual permeia a relação das duas. "Minha mãe sempre foi bem prendada e me ensinou essas técnicas."
Em 2017, começaram a produzir os cactos de crochê para decoração de seus lares. As peças chamaram a atenção de amigos, que estimularam a dupla a produzir para venda. Como a maior inspiração para as peças são as plantas de verdade, elas fizeram uma visita até o cactário Horst, em Imigrante, para conhecer as especificidades biológicas. "Fizemos um passeio em família e foi muito divertido. A gente ficou encantada com o lugar. O meu marido disse, brincando, que não estávamos encantadas, e sim 'encactadas'. Foi assim que surgiu o nome, bem espontâneo", recorda Bruna, que concilia a atividade de empreendedora com a rotina de publicitária e também de voluntária na ONG Instituto da Criança com Diabetes.
A produção manual também não é a única ocupação de Nêidi, que trabalha como representante comercial. "O principal desafio é a gente encontrar tempo para fazer tudo isso. Às vezes, uma coisa ou outra acaba ficando mais de lado. A gente ainda está aprendendo."
Conciliar o empreendedorismo com outro trabalho, no entanto, não é o único desafio que mãe e filha enfrentam para tocar a empreitada. Bruna reside em Porto Alegre, enquanto Nêidi mora em Ijuí. Para administrar a distância de quase 400 quilômetros, elas contam com a ajuda de amigos. "É um pouco complexo de produzirmos juntas, porque têm alguns produtos que só ela faz, outros que só eu faço. Têm muitas coisas que eu compro só em Porto Alegre. Então viajamos muito e mandamos sacolinha pelos amigos com os materiais", relata Bruna.
A primeira feira das Encactadas foi em abril de 2018, e, desde então, elas participam todo mês. Os cactos de crochê são produzidos em três tipos de vaso e em quadros com tecidos estampados. Há, ainda, descanso de copos, descanso de panelas, porta-canetas e almofadas, estas em fio de malha. Os produtos (veja no Instagram @encactadas) vão de R$ 25,00 a R$ 100,00.

Empreendedora cria clube de assinatura de flores

A venda de flores é uma prática antiga. Há, no entanto, sempre possibilidade de inovar. Marina Wentz, 34 anos, por exemplo, criou um clube de assinaturas de flores em Porto Alegre.
Biomédica, ela trabalhou por 10 anos na sua área de formação. Após o nascimento do filho, há dois anos, sentiu necessidade de ter uma atividade mais flexível e prazerosa.
"No fim do ano passado, tive um insight de trabalhar com flores. É uma coisa que eu sempre gostei, cresci vendo a minha avó plantar em casa, na horta, tínhamos flores em casa. Elas são sinônimo de alegria, de receber bem, de carinho, uma forma de gentileza. Isso me tocou e eu comecei a pesquisar sobre o mercado", conta Marina.
O clube tem três modalidades de assinaturas, e a diferença entre elas é o tamanho do arranjo. O pequeno custa R$ 260,00 mensais; o médio, R$ 420,00; e o grande, R$ 580,00. Em todas as variações, o cliente recebe semanalmente um arranjo personalizado. A escolha das flores é feita de acordo com a disponibilidade do produto, que varia em cada época do ano. "Trabalho com a flor do dia. Então é realmente o que está mais fresco."
Marina ainda conversa com a clientela para entender as preferências. "O clube de assinaturas de flores é pouco difundido aqui em Porto Alegre. O serviço é personalizado, entendo o que a pessoa gosta, se tem alguma flor de preferência, como é o ambiente em que o arranjo vai ficar. A ideia é que quem recebe se veja no arranjo e sinta essa energia das flores", explica.
A percepção do crescente interesse pelas plantas foi um dos aspectos que motivou Marina a acreditar no potencial do seu negócio, inaugurado em janeiro deste ano. "Cada vez mais se busca essa conexão com a natureza. E a flor traz isso para dentro de casa. Mas, ao mesmo tempo que gosta, o público não quer investir muito nisso", pondera. Além do clube de assinaturas, Marina trabalha com arranjos sob encomenda e com pequenos eventos.
Para os arranjos durarem até a chegada do próximo, Marina indica que a água seja trocada a cada dois dias e que a ponta das hastes das flores sejam cortadas. Não deixá-las em um local de muito sol nem com muito vento é outra dica. Remover as flores que morrem também é uma maneira de preservar o arranjo, já que cada espécie de flor tem uma durabilidade.
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