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Esportes

- Publicada em 19 de Abril de 2019 às 00:22

Torcedores do Grêmio sofreram e depois comemoraram o bicampeonato gaúcho

O jogo da final somou mais de 50 mil pessoas na Arena, cerca de 48 mil de tricolores

O jogo da final somou mais de 50 mil pessoas na Arena, cerca de 48 mil de tricolores


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
A cena que resume o desfecho da vitória do Grêmio sobre o rival Inter se desenrolou segundos após a explosão da torcida, em uma Arena com 50 mil pessoas, cerca de 48 mil de tricolores, diante do pênalti assinalado por André e comemorado na borda do campo.
A cena que resume o desfecho da vitória do Grêmio sobre o rival Inter se desenrolou segundos após a explosão da torcida, em uma Arena com 50 mil pessoas, cerca de 48 mil de tricolores, diante do pênalti assinalado por André e comemorado na borda do campo.
VÍDEOS JC: A jornada do bicampeonato para os torcedores  
Em meio ao cerco de fotógrafos ao goleiro 'heroi' Paulo Victor, o idolatrado técnico Renato Portaluppi resgatou o grande responsável pelo título. Ou pelo campeonato: o goleiro sofreu apenas um gol no Gauchão. Renato abraçou o comandado e levou Victor para uma semivolta olímpica dos vencedores. Em retribuição, o goleiro que defendeu três das cinco cobranças coloradas - e para o silêncio uníssono da torcida do Inter -, apontava com a mão para o técnico como se dissesse: "Ele é o cara". 
A vibração em campo foi o prolongamento do êxtase que tomou conta do grande círculo de cadeiras e arquibancadas lotado pelos torcedores e que forma a Arena. Quando André marcou o pênalti derradeiro, a explosão foi instantânea. Pulou até quem não queria pular, porque a estrutura treme, literalmente. Sem contar que a cena mais comum era de torcedor falando para um grupo de conversa no WhatsApp do smartphone, mesmo sem saber se a mensagem iria chegar e ser ouvida, pois o sinal de 3G e 4G dentro da Arena é quase inexistente.
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Do alto, de cadeiras gold ou outras categorias de assentos, o jogo que decidiu o Gauchão tem uma história que transborda os limites táticos, técnicos, acertos, erros e confrontos que foram vistos em campo. Dentro das quatro linhas, teve de tudo - pênalti validado por VAR e perdido pelo mesmo André que fez o gol do campeonato, expulsão de D'Alessandro que nem estava em campo e depois do técnico Odair Hellmann, bolas perdidas e decisão nas penalidades. O Grêmio fechou, na noite de quarta-feira (17), quase 18, o ciclo de uma campanha que foi superior a do adversário.

Um outro jogo fora do campo: tensão e emoção

Voltando ao alto da Arena, em uma posição de cadeiras entre as alas 201 e 210 no front oeste, a emoção pode ser comparada a uma montanha-russa. Começa na entrada dos times em campo. A torcida delira ao ver Renato Portaluppi e seu elenco despontar na cena, e vaia o adversário. A torcida vermelha tentou superar o brado de 48 mil e até conseguiu. Até porque em muitos momentos da partida, o grupo de 2 mil torcedores, confinado na área Sul superior da Arena, mostrou força, fez coreografias com os braços, cantou seus hinos com elegância, foi respeitada.

"A emoção é estar de pé, comemorando", Gabriel Muniz

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Mas na hora do jogo, haja coração. O bancário Gabriel Muniz tinha cadeira na primeira fileira do setor Oeste, mas não aguentou e subiu para o alto. "Olhar jogo sentado não dá, não tem como. A emoção é estar de pé, comemorando, vibrando", resumiu. Muniz fez a leitura do jogo antes do fim do primeiro tempo: "Tá parelho, Grenal é Grenal, até o final não dá para saber quem vai ganhar", falou o bancário profético. O jogo terminou em 0x0.
A publicitária Elaine Estima conseguiu façanha maior que a do bancário. Elaine comprou ingresso para cadeira gold no lado leste, saiu de lá e foi até a oeste e ficou de pé, com um paredão de torcedores à sua frente. De vez em quando, ela espiava para saber a situação em campo, normalmente quando um agito maior estourava. "Não consigo ficar lá (leste). Sou viciada na oeste e em ficar aqui (em pé). Viemos em quatro amigas, cada uma em um setor, vamos nos encontrar no final", contou ela. 

"Se Deus quiser vamos ser bicampeões", Marco Aurélio Moreira

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A final também atraiu famílias e amigos em grupo. A escalação em nove cadeiras gold na ala 205 era: Marco Aurélio Moreira, a mulher Ingrid e as filhas Valentina e Martine, Paulo Cairoli, com os filhos Duda e João, e Carlos Peixoto com a filha Rafa. Quase um time que podia muito bem entrar em campo. "A gente sempre vem. Se Deus quiser vamos ser bicampeões", apostou Moreira, e Valentine deu o placar: "Vai ser 2 a 1". O grupo acertou 50% da estimativa. 
A torcida gremista teve reações emblemáticas. Ficou inconformada com a perda do gol no pênalti de André, no primeiro tempo, mas não condenou o time. Foi intercalando hinos e gritos de apoio. Teve, claro, muito xingamento, a maior parte deles impublicáveis, para os dois lados. "Timinho, timinho", bradou o casal Daniele e Emerson Cruz, na carona dos demais torcedores, quando o Inter criticou o pênalti assinalado pelo VAR, provocando minutos de espera pela cobrança.

"Deus o livre", Emerson Cruz

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Na hora do pênalti perdido, Cruz se dividia entre registrar o momento da cobrança no celular e mandar energias positivas ao jogador: "É agora, é agora, vamos", seguido de "Argh, merda", pois André havia perdido o gol. "Assim não dá para querer", desabafou Daniele, que se sentou inconformada. "Os caras chutam todo dia pênalti, não dá para entender", emendou o marido, que exclamou: "Ah, Deus o livre". "Que raiva!", deu a real Daniele. "Deus o livre", repetiu o marido: "Que loucura".      
Quando Luan foi para a lateral aquecer, a torcida vibrou e até esqueceu o jogo indefinido. Quando ele entrou em campo, os aplausos contagiaram a Arena, indicando a esperança de que o jogador mudasse o placar empatado. "Luan, Luan!", bradaram. Já quando Diego Tardelli entrou no segundo tempo, nenhuma alteração na torcida foi registrada.
Mas o desempenho do camisa 7 em campo decepcionou. Os torcedores queriam ver mais pegada do atacante, que errou passes. Parecia que não tinha força para alcançar a bola. Mas como o foco era o título, então, o caso Luan ficou um pouco de lado. Deixa para depois. 
A história do Grenal 420, que resultou na conquista do bicampeonato pelo Grêmio, termina com a saída do estádio. Os precavidos não esperaram a hora do pódio, da entrega da taça, da festa do time e dirigentes, sem contar que o Inter não quis receber seu troféu de vice.
Para fugir do mar de gente que escorre pelas alças do estádio, o jeito é sair antes. Pegar o ônibus coletivo que fica bem em frente ao portão oeste, rumo ao Centro da cidade, é um recurso imprescindível. Melhor do que pegar táxi e chamar aplicativos. Em 15 minutos, chega-se ao destino, o Mercado Público.  

"Acompanho o Grêmio há 70 anos e tô aqui", Dalila Rolla

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A torcedora Dalila Rolla, com 91 anos, usando cadeiras de rodas, encarou o desafio numa boa, do jogo e da volta. "Não perco um jogo de futebol. Acompanho o Grêmio há 70 anos e tô aqui", disse, mas ela admitiu que sofreu durante o jogo. "Vim sem esperança, achando que iam (jogadores do Inter) fazer de tudo para ganhar, nem que tivessem que comprar o juiz. Mas não adiantou, porque o Grêmio mostrou que é o Grêmio", bradou orgulhosa, com sua camisa tricolor, após o combate vitorioso.
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