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Agroindústrias

Notícia da edição impressa de 30/08/2018. Alterada em 29/08 às 00h00min

Expositores de cachaça projetam R$ 100 mil em negócios na feira

Weber Haus, de Ivoti, produz 200 mil litros por ano, 40% deles exportados

Weber Haus, de Ivoti, produz 200 mil litros por ano, 40% deles exportados


/MATHEUS PICCINI/ESPECIAL/JC
Rafael Vigna

Os alambiques gaúchos - reunidos no tradicional estande da Associação dos Produtores de Cana-de-açúcar e seus Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Aprodecana) - esperam faturar, juntos, cerca de R$ 100 mil durante Expointer. Dos 18 sócios da entidade, nove estão representados este ano em Esteio. Oito deles também expõem no Pavilhão da Agricultura Familiar. Lá, as projeções são ainda mais otimistas e tendem elevar as estimativas traçadas para o espaço oficial da entidade.

Algumas marcas esperam elevar em até 50% as vendas. Este é o caso de Luiz Antônio Scarton, proprietário da Bel Vedere. A cachaçaria de Augusto Pestana conta com o rótulo Pergaminho, produto com três selos obtidos em competições, para alcançar as metas. Scarton percebe um mercado gaúcho em plena transformação. Segundo ele, o foco atual dos alambiques gaúchos é desmistificar alguns estigmas que ainda pairam sobre a mais brasileira das bebidas para fomentar o consumo. "Nossa luta é para difundir a cachaça artesanal como um produto de qualidade e compatível com os padrões mais exigentes de consumo", comenta.

Atualmente, o Rio Grande do Sul não figura entre os principais estados produtores e consumidores do País. No entanto, a qualidade reconhecida em premiações foi responsável por abrir os caminhos para os mercados internacionais. Essa é a realidade da marca Weber Haus. De acordo com Igor Pohn, o alambique de Ivoti - que produz 200 mil litros da bebida anualmente - já destina 40% de suas vendas ao comércio exterior. Os dados coletados pela Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicam que em 2017, a exportações de cachaça totalizaram US$ 15,8 milhões, aumento 11,34% sobre os resultados de 2016.

Presidente da Aprodecana e proprietário da Cachaçaria Chica, também de Ivoti, Guilherme Carlin, comemora a sua primeira venda externa. Em setembro, ele deve selar o primeiro embarque com destino ao México, após 14 anos de atuação no mercado. Durante a 41ª Expointer, ele também recebeu um contato dos Estados Unidos, principal destino do produto nacional. "É uma longa caminhada. Até se chegar ao rotulo ideal, design de garrafas e deixar o produto pronto e apresentável. É sempre gratificante ver o resultado do trabalho sendo aceito e requisitado em mercados que possuem a mais alta exigência", celebra.

No âmbito da entidade, Carlin percebe muito espaço para elevar a presença das marcas gaúchas. Ações como a publicação do catálogo das cachaças e alambiques do Estado, semelhante ao que já existe em outros, e incentivo ao associativismo estão no centro das atenções. Programas de resgate das cachaçarias da região de Santo Antônio da Patrulha (bastante conhecida pela sua produção) e de incentivo a regularização de alambiques também podem contribuir com a expansão do mercado.

Neste aspecto, o IBGE contabiliza 12 mil estabelecimentos produtores no País, dados não oficias coletados junto às associações elevam o número para 15 mil alambiques. Destes menos de 2 mil possuem registro no Mapa e na Receita Federal. No Rio Grande do Sul, a Aprodecana estuma que mais de 2 mil alambiques atuem na informalidade.

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