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Agronegócios

- Publicada em 13 de Março de 2019 às 22:55

Mercado brasileiro de tratores ganha diversidade de marcas

Fabricantes ainda não tradicionais no Brasil disputam o interesse dos produtores agrícolas

Fabricantes ainda não tradicionais no Brasil disputam o interesse dos produtores agrícolas


CAROLINA JARDINE/DIVULGAÇÃO/JC
Espalhados por lavouras de pequenos e médios produtores rurais, tratores indianos, sul-coreanos e italianos estão ganhando terreno no agronegócio brasileiros. Disputando mercado com marcas tradicionais do setor, como John Deere, New Holland e Massey Ferguson, por exemplo, a italiana Landini, a sul-coreana LS e a indiana Mahindra foram atraídas quase ao mesmo tempo (cerca de cinco anos) pela grande demanda por tratores no Brasil.
Espalhados por lavouras de pequenos e médios produtores rurais, tratores indianos, sul-coreanos e italianos estão ganhando terreno no agronegócio brasileiros. Disputando mercado com marcas tradicionais do setor, como John Deere, New Holland e Massey Ferguson, por exemplo, a italiana Landini, a sul-coreana LS e a indiana Mahindra foram atraídas quase ao mesmo tempo (cerca de cinco anos) pela grande demanda por tratores no Brasil.
Ainda que as maiores estrelas da Expodireto sejam normalmente as grandes máquinas, especialmente colheitadeiras repletas de tecnologias e que, em alguns casos, que podem custar até mais de R$ 1,5 milhão, são os tratores que mais movimentam a indústria, em volume. Em 2018, por exemplo, foram produzidos no Brasil 6,5 mil colheitadeiras de grãos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), ante 49,8 mil tratores.
Em comum, além do "passaporte estrangeiro", Landini, LS e Mahindra buscam falar o idioma do agricultor brasileiro ao tropicalizar funções, rodas e até mesmo design. As três também compartilham a meta de oferecer por aqui produtos voltado a inúmeras atividades - da lavoura a cultivos dentro de estufas e até dentro de aviários. Veja as curiosidades, adaptações e investimentos dessas três fabricantes no Brasil.

Proximidade dos gaúchos com a Itália contribui para as vendas da Landini

Empresa investiu US$ 30 milhões no País em cinco anos, diz Vianna

Empresa investiu US$ 30 milhões no País em cinco anos, diz Vianna


MARIANA CARLESSO/JC
Estreante na Expodireto, a fabricante italiana Landini conta com a simpatia e a descendência de boa parte dos gaúchos como um certo "facilitador" de vendas. Instalada no Brasil desde 2013, em Minas Gerais, a fabricante também tem outro ponto em comum com o Estado, especialmente na Serra, como diferencial: o expertise italiano na produção de tratores para parreirais.
"Há clientes que se surpreendem, sim, quando enxergam o 'Made in Italy' e dizem que vão querer ter esse trator na propriedade", conta Ricardo Vianna, diretor da Landini Brasil.
Entre as décadas de 1940 e 1950 algumas importações chegaram a ser feitas por brasileiros, lembra Vianna, mas a operação se tornou estruturada apenas em 2006, e a produção nacional começou em 2013, em Contagem (MG). "Em cinco anos, a empresa investiu cerca de US$ 30 milhões no Brasil", calcula.

A empresa no mundo

A Landini é uma marca do Grupo Argo Tractors S. p. A., com sede em Fabbrico, na Itália. Atuante há mais de 130 anos no mercado mundial de tratores, está presente em mais de 120 países e conta com cinco complexos industriais e mais de 1.600 colaboradores. O grupo Argo além da marca Landini, é detentor dos direitos das marcas McCormick e Valpadana.

Indiana Mahindra aposta em conforto e design local

Segmento de colheitadeiras é o próximo passo, destaca Cruz

Segmento de colheitadeiras é o próximo passo, destaca Cruz


/MARIANA CARLESSO/JC
Presente no Brasil desde 2012, com importações, e desde 2016 com fábrica na cidade gaúcha de Dois Irmãos, a indiana Mahindra foi atraída para cá pela força do agronegócio como um todo, mas especialmente pela demanda por tratores entre 25 cv e 90 cv. Já com projeto de expansão, mas para uma fábrica em São Paulo, a multinacional deve passar dos atuais 1,2 mil tratores produzidos por ano para até 9 mil. Entre 2012 e 2016, a fabricante estava presente no País basicamente com importados.
"O Rio Grande do Sul continuará como centro de desenvolvimento e distribuição de peças", assegura Jalison Cruz, gerente comercial da unidade brasileira. Ao cruzar o oceano Atlântico, adaptações foram necessárias, conta o executivo, como na ergonomia e no design mais moderno. Cruz diz que é marcante no cliente brasileiro a exigência de mais conforto, além de economia de combustível, segurança e facilidade de manutenção - e também a aparência.
O foco no mercado de tratores, porém, não significa que a empresa não esteja de olho, também, no mercado de colheitadeiras. A Mahindra testa no Brasil e no Estado, em diferentes solos e cultura, um modelo que deverá estar disponível em 2022.

A empresa no mundo

A Mahindra tem 70 anos de história, está presente em mais de 100 países nos seis continentes e conta com mais de 200 mil colaboradores em todo o mundo. O grupo possui 34 unidades de manufatura espalhadas pelo globo. Apenas nas quatro fábricas da Índia são produzidos cerca de 250 mil tratores/ano.

Da Coreia do Sul ao Brasil, LS Tractor teve de fazer mudanças nos pneus

Modelo nacional foi copiado por unidades no mundo, afirma Rorato

Modelo nacional foi copiado por unidades no mundo, afirma Rorato


/MARIANA CARLESSO/JC
Propriedade da mesma família sul-coreana dona da marca de produtos eletrônicos LG, a LS Tractor, criada em 1973, teve que fazer uma mudança principal para se adequar à produção brasileira. Questionado sobre qual a principal adaptação necessária para atender o produtor rural do Brasil em relação à tecnologia adotada na Coreia do Sul, André Rorato, diretor comercial da empresa, não titubeia.
"Os pneus! Pelas condições de solo, lá um único modelo de pneu atende toda a demanda. Aqui, cada solo, cada região, cada cultura exige um pneu diferente", explica o executivo.
As adaptações, porém, também tiveram um caminho de volta para a Coreia do Sul, mas na área de gestão. Rorato conta que a primeira unidade da LS fora da Coreia do Sul, foi em 2010, com abertura de fábrica na China. Em 2013, foi aberta no Brasil a primeira fábrica da empresa fora da Ásia, em Garuva, Santa Catarina. Rorato conta, no Brasil, não foi feita apenas a simples abertura de uma planta fabril, mas foi desenvolvido um modelo hoje copiado pela sede para todas as futuras novas fábricas.
"Começamos, um ano antes, com produto importado, a montar uma rede de revendedores que conhecesse o produto e apresenta-se ao agricultor. Assim, quando começamos efetivamente a produzir aqui, a LS já era conhecida dos brasileiros", ressalta o executivo.

A empresa no mundo

A LS Mtron iniciou as suas atividades agrícolas em 1976, como um grupo da família LG, na Coreia, e é parte do grupo LS - o 13º maior grupo empresarial da Coréia do Sul com vendas anuais acima de 30 bilhões de dólares e com mais de 21 mil funcionários em todo o mundo. A Divisão de Máquinas Agrícolas da LS Mtron tem capacidade anual de produção de 50 mil unidades em suas fábricas na Coréia do Sul, no Brasil e na China.