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Consumo

- Publicada em 20 de Agosto de 2018 às 23:00

Alimentos saudáveis ganham destaque nas gôndolas

Ranking Agas revela crescimento representativo nas vendas de produtos orgânicos nos supermercados do Rio Grande do Sul em 2017

Ranking Agas revela crescimento representativo nas vendas de produtos orgânicos nos supermercados do Rio Grande do Sul em 2017


MARCO QUINTANA/JC
Os hábitos de consumo estão em constante mudança, e a tendência aponta para um crescimento na procura de produtos mais naturais e artesanais. Esse movimento se reflete no último Ranking Agas, que revela um crescimento representativo nas vendas de produtos orgânicos nos supermercados do Rio Grande do Sul no ano passado. Eles correspondem a 1,41% no total de itens comercializados pelo setor. Nas verduras, sua participação chega a 8%. "As vendas ainda não são muito expressivas, mas é necessário que o supermercadista tenha um layout que valorize esses produtos. As cervejas artesanais, por exemplo, representam o amadurecimento do consumidor brasileiro, que está permitindo o desenvolvimento de produtos de maior qualidade, mesmo com um preço mais elevado", comenta Rogério Machado, especialista em varejo.
Os hábitos de consumo estão em constante mudança, e a tendência aponta para um crescimento na procura de produtos mais naturais e artesanais. Esse movimento se reflete no último Ranking Agas, que revela um crescimento representativo nas vendas de produtos orgânicos nos supermercados do Rio Grande do Sul no ano passado. Eles correspondem a 1,41% no total de itens comercializados pelo setor. Nas verduras, sua participação chega a 8%. "As vendas ainda não são muito expressivas, mas é necessário que o supermercadista tenha um layout que valorize esses produtos. As cervejas artesanais, por exemplo, representam o amadurecimento do consumidor brasileiro, que está permitindo o desenvolvimento de produtos de maior qualidade, mesmo com um preço mais elevado", comenta Rogério Machado, especialista em varejo.
O presidente do Asun Supermercados, Antonio Ortiz, reforça o posicionamento da empresa em relação à nova demanda. "O setor de alimentos orgânicos e saudáveis destaca-se pelo nível de informações benéficas a que o consumidor tem acesso nas mídias. Por isso o esforço da rede em acompanhar essa tendência, aumentando o espaço nas lojas e destacando o abastecimento nessas categorias. A rede Asun participa do programa Rama (Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos), no qual todos os fornecedores têm garantia de qualidade e frescor e atendem à legislação vigente.
De acordo com a primeira pesquisa nacional sobre consumo de orgânicos, divulgada no ano passado pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), a Região Sul do País é a que mais consome produtos orgânicos. Segundo o estudo, 34% das pessoas nessa região adquirem alimentos orgânicos, mais do que o dobro da média nacional. Para Cobi Cruz, diretor de branding da Organis, a Rede Ecovida de Agroecologia (articulação nacional de agricultores, cooperativas e associações responsável pela certificação participativa dos orgânicos) teve um papel fundamental na construção desses dados. "Há quase 30 anos, o Paraná foi pioneiro na exportação de soja orgânica. A agricultura familiar, juntamente com as cooperativas organizadas, também teve um peso importante na construção da oferta de produtos e consciência do consumidor de uma região onde as três capitais sempre tiveram um poder aquisitivo e um nível de educação acima da media de capitais de outra regiões", ressalta.
O varejo convencional é o principal canal de compra desses produtos, com 64% das vendas. Isso reforça a importância do setor em se preparar. "Nenhuma rede de supermercados quer ficar de fora desse mercado, que tende a crescer cada vez mais com a geração dos millennials. O Carrefour, por exemplo, se associou ao Organis, porque quer conhecer melhor a dinâmica dessa cadeia. Vão se posicionar melhor aqueles que fizerem um verdadeiro trabalho de sustentabilidade e não ficarem simplesmente na política de aparência", salienta Cruz.
As feiras, no entanto, ficam com 26% das vendas, sendo mais fortes nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.

Benefícios para a saúde

A primeira pesquisa nacional sobre consumo de orgânicos, divulgada no ano passado pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), aponta que questões relacionadas à saúde compõem a principal motivação para o consumo de alimentos orgânicos (64% dos entrevistados), seguidas por questões ambientais, o que mostra uma mudança na mentalidade do consumidor, que tende a ser cada vez mais consciente.
"Orgânico não combina com praticidade e conveniência, nem com preço baixo. Então o incentivo vai ao encontro de que o esforço do consumidor irá contribuir não somente para um benefício próprio de sua saúde, mas também de benefício coletivo de preservação ambiental, saúde humana e responsabilidade social. Está na mente e na atitude do consumidor de como será o futuro do nosso planeta", completa Cobi Cruz, diretor de branding da Organis. Além disso, características do produto, como o sabor, também são decisivas na hora da escolha.
Os brasileiros compram produtos orgânicos pelo menos uma vez por mês, com exceção da Região Sul, que consome a cada duas semanas. A nutricionista Vanessa Franzen Leite comenta que essa preocupação se reflete no dia a dia do consultório. "Nossa tarefa como nutricionista é mostrar que, mesmo que o custo de uma alimentação saudável seja relativamente alto, ela traz benefícios e menos gastos com medicamentos e/ou consultas médicas, ou seja, é um investimento na saúde." A profissional ainda destaca a escolha de produtos orgânicos e alimentos da estação como as melhores opções na hora da compra.
Para a nutricionista Viviane Braz, a indicação também ocorre no consultório. "Conversamos muito sobre a importância de consumir orgânicos. No caso das verduras e frutas, os pacientes podem utilizar tudo, desde as folhas, cascas e até sementes, diminuindo o desperdício e aumentando o valor nutricional." De acordo com a pesquisa da Organis, alface, tomate e verduras em geral são os produtos mais consumidos. 
As dietas vegetarianas, veganas e plant based, esta baseada em vegetais e alimentos na sua forma mais natural, estão tendo uma procura maior. "O aumento dessas dietas, que retiram farináceos e alimentos com corantes industrializados, tem sido uma crescente entre os pacientes, que buscam saúde e tentam estar mais alinhados com a proposta de slow food", explica Viviane.
Algumas categorias de produtos tiveram um aumento nas vendas no ano passado, como fiambreria, manteiga, barras de cereais, água de coco, batata congelada, café em cápsulas, espumantes e massa grano duro. Em compensação, houve uma queda ou estagnação nas vendas de itens como biscoitos recheados, iogurtes comuns e funcionais, pilhas e baterias.