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Economia

- Publicada em 10 de Maio de 2019 às 17:15

Retomada de produção da Vale de 400 milhões de toneladas deve ocorrer entre 2 e 3 anos

Para este ano, tendência é manter produção entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas

Para este ano, tendência é manter produção entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas


MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
Agência Estado
O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, afirmou que a empresa deve levar de dois a três anos para conseguir retomar sua capacidade de produção em 400 milhões de toneladas por ano. O executivo disse ainda que a tendência para este ano é manter o guidance de produção entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas. "Com Brucutu produzindo, a gente tende estar mais para o meio da faixa, sem, mais para o início da faixa", afirmou.
O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, afirmou que a empresa deve levar de dois a três anos para conseguir retomar sua capacidade de produção em 400 milhões de toneladas por ano. O executivo disse ainda que a tendência para este ano é manter o guidance de produção entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas. "Com Brucutu produzindo, a gente tende estar mais para o meio da faixa, sem, mais para o início da faixa", afirmou.
A Vale produziu um total de 384,6 milhões de toneladas de finos de minério de ferro em 2018, em linha com o guidance da empresa para o período.
Brucutu
Em teleconferência com analistas, Pires disse que a companhia está confiante com a retomada das operações de Brucutu. Segundo ele, a empresa já apresentou uma série de laudos de estabilidade que atestam a segurança nas estruturas. "Estamos confiantes na retomada das operações", afirmou.
O executivo pontuou que, atualmente, a mina, que é a maior operação da companhia em Minas Gerais e tinha capacidade antes da paralisação parcial de extração de 30 milhões de toneladas ao ano, atualmente opera 10 milhões de toneladas.
Segundo ele, porém, em relação a outras minas, como Alegria e Vargem Grande, "a situação é mais complexa", com ações civis distintas. "Num prazo de 6 a 12 meses, esperamos recuperar a mineração a seco nestes sites", disse. "Em alguns casos, a mineração a seco pode detonar um gatilho para, hipoteticamente, romper barragens. Para esses casos, trabalhamos com laudos de engenharia, pela distância das minas com as barragens, para comprovar que não causa esse gatilho", disse.
Pires destacou que, uma vez com esses laudos, a empresa projeta que possa ocorrer a desinterdição, ao menos a seco. Ele afirmou que para as "operações a úmido", há outras variáveis que precisam ser levadas em consideração, para que ocorra uma comprovação de que as estruturas não vão se romper. "Estamos trabalhando em conjunto com o MP para garantir a retomadas dessas operações com segurança absoluta. No caso da mineração a úmido demora mais", completou.
O executivo acrescentou que é dessa forma que a retomada da produção de 400 milhões de toneladas ao ano poderia ser retomada entre "dois e três anos". Questionado por um analista sobre como se dará essa retomada, ele afirmou acreditar que um terço dessa retomada venha das operações de Brucutu, um terço das operações a seco e um terço - neste caso a mais demorada no horizonte de tempo - da mineração a úmido. "As operações a úmido é que podem levar de dois a três anos para retomar", explicou.
Sobre os acordos de reparação, os executivos da Vale pontuaram que as negociações individuais não devem prejudicar as tratativas coletivas. "Estamos em conversas com Ministério Público, AGU, AGE e defensoria pública com um objetivo global, abrangendo reparações aos envolvidos. As conversas já estão em andamento com o juiz da sexta vara estadual de Belo Horizonte."
Dividendos
O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale disse, durante teleconferência com analistas, que a companhia, neste momento, não está tratando sobre a questão da política de dividendos. "As nossas prioridades são claras e isso (dividendos) é algo que só será debatido a partir do segundo semestre" afirmou. "Não estamos em condições de voltar a esse assunto", acrescentou.
Pires acrescentou sobre os investimentos que ainda é cedo também para determiná-los. Ele disse, porém, que a companhia "está avaliando uma série de alternativas", ligadas à serie de revisões das estratégias da empresa após Brumadinho. "Mas podem esperar que vamos ter muito rigor na alocação do capital", reforçou.
Produção de pelotas
O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale afirmou também que a companhia está buscando alternativas para aumentar a produção de pelotas. O tema tem ganhado destaque na siderurgia nacional, que depende fortemente da Vale e teme um desabastecimento.
A produção de pelotas da Vale fechou em 12,174 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2019, queda de 23% na comparação com os 15,812 milhões do quarto trimestre de 2018.
Na comparação anual, o recuo é de 4,7%. De acordo com a empresa, a queda foi reflexo das paradas nas usinas de pelotização dos complexos de Fábrica e Vargem Grande, além de manutenções programadas das plantas de pelotização de Tubarão e Omã.
Segundo o executivo, a empresa tem buscado pelotas de terceiros e trazendo também via cabotagem do porto de Tubarão. "Hoje, o mercado nacional está abastecido. Estamos deslocando pelotas do externo para interno. O mercado externo está sofrendo mais. A solução que temos para abastecimento estão com custo logístico mais caro e estamos dividindo isso com o cliente", disse o executivo.
Descomissionamento
Na ocasião, os executivos da companhia também deram mais detalhes sobre o processo de descomissionamento das barragens, sobretudo a de empresas parceiras.
Eles destacaram que os atuais US$ 1,7 bilhão provisionados para os descomissionamentos não englobam minas parceiras, como a de Germano, da Samarco. Questionados sobre a grandeza de futuros aportes para estas minas parceiras, disseram que serão significativamente inferiores.
Segundo os executivos, basicamente a estrutura externa seria a de Germano. Outra parceira, a MRN, teria caixa para o processo, que é de proporções bem menores. Ressaltaram ainda que os custos com Germano serão divididos com a BHP, que tem parte da Samarco.
Forte investimento
O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale afirmou que a empresa adotará um forte plano de investimentos em descomissionamento. "Duas, teremos rejeitos completamente removido em três anos. Outras cinco vão ser descaracterizadas neste período e em duas não vai ser possível transformar em estruturas convencionais, mas serão reforçadas", disse, referindo-se ao total de nove barragens a montante a serem descomissionadas.
Quanto aos gastos, o executivo afirmou que a previsão é gastar em 2019 um total de US$ 150 milhões, com pico no segundo semestre. "A estimativa é gastar US$ 500 milhões em 2020 e entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões por um período mais longo."
Indenizações
Pires afirmou ainda que os valores provisionados não incluem gasto com dano moral difuso e coletivo. O executivo disse que 60% dos valores provisionados serão desembolsados nos primeiros 12 meses.
Em teleconferência com analistas, o executivo acrescentou ainda que há uma incerteza quanto ao números de pessoas a serem indenizadas. "Existe uma incerteza quanto ao número de pessoas. Foi usado um critério geográfico e pode haver variações", destacou.
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