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Economia

- Publicada em 12 de Abril de 2019 às 11:17

Recuo da Petrobras sobre diesel pesa sobre Ibovespa apesar de externo positivo

Agência Estado
O recuo da Petrobras de adiar por mais alguns dias o reajuste no preço do diesel, horas depois de ter anunciado o aumento de 5,7%, joga para baixo as ações da estatal no pré-mercado de Nova Iorque também empurra os papéis para o negativo na B3. A decisão, conforme participantes do mercado, sugere ingerência política, o que é "péssimo".
O recuo da Petrobras de adiar por mais alguns dias o reajuste no preço do diesel, horas depois de ter anunciado o aumento de 5,7%, joga para baixo as ações da estatal no pré-mercado de Nova Iorque também empurra os papéis para o negativo na B3. A decisão, conforme participantes do mercado, sugere ingerência política, o que é "péssimo".
Em entrevista à Rádio CBN, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que a determinação do presidente Bolsonaro de recuar na decisão foi caso "isolado". Mourão disse crer em bom senso e que não se repetirá a política de preços adotada do governo Dilma Rousseff (PT).
Às 11h16min, o Ibovespa caia 0,12%, aos 94.643 pontos. Nessa quinta-feira, fechara em baixa de 1,25%, aos 94.754,70 pontos.
Além da estimativa de desempenho desfavorável das ações da empresa, a possibilidade de atraso na admissibilidade da reforma da Previdência continua no radar dos investidores, o que também deve impedir o índice de subir, a despeito do crescimento das exportações na China, o que pode diminuir as preocupações quanto ao desaquecimento econômico mundial.
Para completar, a atenção do mercado hoje ainda deve recair sobre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-Rio), após a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentar parecer ao Supremo Tribunal Federal com base em laudo da Polícia Federal que aponta pagamento de propina da Odebrecht no valor de R$ 1,4 milhão para codinomes que se referem a Maia e a seu pai, o vereador César Maia (DEM-RJ).
As ações da Petrobras cediam mais de 5,00%. As exportações chinesas em dólares aumentam 14,2% em março na comparação anual, superando as expectativas de alta de 8,7%. Os dados impulsionam as principais commodities lá fora e eleva as bolsas europeias, bem como os índices futuros em Nova York, que ainda reagem a balanços melhores que o esperado de bancos no primeiro trimestre.
"Acho difícil o bom humor externo segurar a Bolsa. Essa interferência não é boa, pode ter reflexo nas demais estatais listadas na B3", avalia um operador de renda variável. A princípio, analisa, o mercado não deve focar no argumento da Petrobras, mas no fato de a empresa ter voltado atrás na decisão. No comunicado, a companhia disse que decidiu adiar "por mais alguns dias" o reajuste no preço do diesel.
A MCM Consultores observa em nota que o reajuste da estatal seria o primeiro aumento desde que o anúncio no fim de março de um intervalo mínimo de 15 para as revisões dos preços do diesel por conta da evolução de sua paridade internacional. Assim, o preço do diesel na refinaria continua abaixo da sua paridade internacional.
"Essa intervenção na empresa causará impactos negativos nos preços de ações e bônus. Mesmo que a empresa venha a reajustar os preços dos combustíveis nos próximos dias, ficará a incerteza entre os investidores quanto ao risco de novas ações desse tipo do governo nos negócios da companhia", avalia a MCM.
De acordo ainda com a consultoria, o sucesso da recuperação financeira da Petrobras, implementado desde meados de 2016, deve-se à autonomia dada, pelo governo, aos diretores da estatal na condução de seus negócios.
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