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Economia

- Publicada em 05 de Março de 2019 às 01:00

Brasil é um dos países que menos recicla plásticos

Mais de 2,4 milhões de toneladas são descartadas de forma irregular

Mais de 2,4 milhões de toneladas são descartadas de forma irregular


/MARCELLO CASAL JR /ABR/JC
O Brasil é o quarto país que mais produz plástico no mundo, com 11,355 milhões de toneladas, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia, segundo levantamento do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) com números do Banco Mundial. O estudo analisou a relação com o plástico em mais de 200 países, e apontou que o brasileiro produz, em média, aproximadamente um quilo de lixo plástico a cada semana. E entre os 10 maiores produtores, o Brasil é o que tem o menor índice de reciclagem (1,28%), bem abaixo da média global, que é de 9%.
O Brasil é o quarto país que mais produz plástico no mundo, com 11,355 milhões de toneladas, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia, segundo levantamento do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) com números do Banco Mundial. O estudo analisou a relação com o plástico em mais de 200 países, e apontou que o brasileiro produz, em média, aproximadamente um quilo de lixo plástico a cada semana. E entre os 10 maiores produtores, o Brasil é o que tem o menor índice de reciclagem (1,28%), bem abaixo da média global, que é de 9%.
O WWF cita que, no Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas do material são descartadas de forma irregular por ano, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto. Outros 7,7 milhões de toneladas são destinadas a aterros sanitários. E mais de 1 milhão de toneladas sequer são recolhidas pelos sistemas de coleta.
"É hora de mudar a maneira como enxergamos o problema: há um vazamento enorme de plástico que polui a natureza e ameaça a vida. O próximo passo para que haja soluções concretas é trabalharmos juntos por meio de marcos legais que convoquem à ação os responsáveis pelo lixo gerado. Só assim haverá mudanças urgentes na cadeia de produção de tudo o que consumimos", afirma Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil.
Com o estudo "Solucionar a poluição plástica: Transparência e responsabilização", o WWF pretende reforçar a urgência de um acordo global para conter a poluição por plásticos. A proposta será votada na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unea-4), que será realizada em Nairóbi, no Quênia, de 11 a 15 de março.
Segundo o WWF, aproximadamente metade de todos os produtos plásticos que poluem o mundo hoje foram criados após 2000. Ainda assim, 75% de todo o plástico já produzido já foi descartado e somente 20% dos resíduos são recolhidos para a reciclagem. Estima-se que um terço de todo plástico descartado tenha se inserido na natureza como poluição terrestre, de água doce ou marinha.
A instituição afirma que a má gestão de resíduos é resultado direto de uma infraestrutura de gestão de resíduos subdesenvolvida. "A eficácia do desempenho da gestão de resíduos plásticos está relacionada ao nível de rendimento de uma nação. Este é um grande desafio em países de baixa e média renda, resultando em um baixo índice de coleta e altos índices de despejo a céu aberto e em aterros não regulamentados."
O WWF diz que a indústria de reciclagem hoje não é lucrativa e não tem capacidade de chegar à larga escala, com problemas na coleta e por fatores como lixo contaminado ou misturado. "Contudo, a reciclagem em larga escala é uma possibilidade real através da melhoria das questões de qualidade decorrentes de altos níveis de resíduos plásticos mistos ou contaminados, e aumentando a economia de escala."
Mas se nada for feito, alerta o WWF, a poluição plástica no planeta pode dobrar até 2030, sendo os oceanos os mais visivelmente afetados. Segundo o estudo do WWF, mais de 104 milhões de toneladas de plástico irão poluir nossos ecossistemas até 2030 se nenhuma mudança acontecer na nossa relação com o material.
Para melhorar essa relação, o WWF propõe que o produtor considere no preço do plástico virgem seu impacto negativo na natureza e para a sociedade, o que incentivaria o emprego de materiais alternativos e reutilizados, e que a responsabilidade pelo descarte correto seja colocada em empresas produtoras de itens de plástico e não apenas no consumidor final. O WWF ainda pede que os governos estabeleçam metas nacionais para redução, reciclagem e controle do plástico e que elaborem legislação eficiente para responsabilidade estendida do produtor.
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