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Energia

- Publicada em 11 de Outubro de 2018 às 01:00

Geração distribuída tem performance abaixo da prevista

O crescimento da geração distribuída está abaixo do previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A autarquia previa que ao final deste ano haveria no Brasil 82 mil unidades consumidoras de geração distribuída (GD), que inclui entre outras a produção de energia solar, mas até o momento existem 39 mil unidades consumidoras de GD, que beneficiam 55,55 mil consumidores, tendo em vista que algumas estruturas beneficiam mais de uma unidade.
O crescimento da geração distribuída está abaixo do previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A autarquia previa que ao final deste ano haveria no Brasil 82 mil unidades consumidoras de geração distribuída (GD), que inclui entre outras a produção de energia solar, mas até o momento existem 39 mil unidades consumidoras de GD, que beneficiam 55,55 mil consumidores, tendo em vista que algumas estruturas beneficiam mais de uma unidade.
"Se considerarmos o potencial, nossa realidade é ainda menor", disse o diretor da Aneel, Rodrigo Limp, indicando que o números de unidades de geração distribuída representa uma a cada 2 mil unidades consumidoras, enquanto na Austrália, esse número é de uma a cada seis unidades consumidoras com GD.
Limp lembrou que a Aneel já trabalha na reanálise das regras atuais para geração distribuída, de forma que o segmento possa ocorrer de forma sustentável e sem afetar o serviço de distribuição. De acordo com ele, entre as propostas está a de simplificar o processo, com a possibilidade de venda de excedente gerado na GD, mas ele lembrou que atualmente o tratamento dado para o excedente - um sistema de compensação em que a energia é injetada na rede gerando créditos - não tem tributação. "(A venda) precisa ser bem estudada para que, em vez de avanço, não gere retrocesso na GD", comentou.
Segundo o diretor, ainda neste ano está prevista a abertura de uma consulta pública sobre a análise do impacto regulatório da GD, e para o primeiro semestre do ano que vem é esperada uma audiência pública sobre uma proposta para a nova norma, de maneira a permitir a publicação do novo texto até o final deste ano.
Durante evento voltado para consumidores de energia, Limp também apresentou os trabalhos relacionados ao estabelecimento de tarifa binômia de energia, em relação ao modelo de tarifa monômia existente hoje. Por esse modelo, o valor cobrado pelo serviço de distribuição seria proporcional ao consumo, ou seja, grandes consumidores pagariam mais pelo serviço do que os consumidores menores. O diretor da Aneel comentou que o cronograma proposto de evolução é similar ao da regulação para a geração distribuída, com perspectiva de apresentação de uma minuta de texto e novas regras no primeiro semestre do ano que vem e publicação definitiva até o fim de 2019. Ele salientou que a ideia é que haja um período de transição, para estabelecimento da nova tarifa de forma gradual.

Furnas e sócios gastam R$ 419 mi em 16 eólicas que não saíram do papel

O crescimento da energia eólica no País esconde o fracasso de uma série de empreendimentos de Furnas Centrais Elétricas. A subsidiária da Eletrobras detinha 49% de três complexos com 16 centrais eólicas cujos investimentos previstos somavam R$ 1,25 bilhão. Tudo devia estar funcionando até 2017. Ao todo, desde 2012, a estatal e seus sócios - a J&F e o Banco BMG - aportaram R$ 337 milhões nas empresas, mas o dinheiro não acendeu uma lâmpada sequer.
No fim, os sócios foram obrigados a pagar mais R$ 81,8 milhões de multas para desfazer os contratos de venda da energia que prometiam fornecer e, assim, não arcar com multas que chegariam a R$ 240 milhões. E assim tiveram as outorgas das 16 centrais cassadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os dados são da própria estatal.
Furnas informou que o fracasso dos empreendimentos está ligado à falência da empresa argentina Impsa, que devia fornecer 300 turbinas eólicas no País por meio da Wind Power Energia (WPE) e deixou uma dívida de R$ 3,2 bilhões, em 2014. A estatal informou que ela e seus sócios pagaram por aerogeradores que não foram entregues. Parte do pagamento foi feito pouco antes de a Impsa entrar com pedido de recuperação judicial, em 2014. JBS e Furnas alegaram que quem devia ter verificado a saúde da empresa eram as seguradoras que emitiram apólices para a Impsa, além das garantias oferecidas pelo Bndes.
Como a empresa argentina apresentou as apólices, o consórcio não viu razão para não fazer os pagamentos. Um desses pagamentos envolvia R$ 170 milhões e foi alvo de uma disputa resolvida por meio de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
Furnas e seus sócios foram à Justiça para receber o seguro pela não entrega dos aerogeradores. Receberam R$ 112 milhões por meio de um acordo com a Zurich Seguros pelo complexo de Punau. E obtiveram outros R$ 69 milhões pelo atraso das obras em Pau Brasil. Um terceiro processo corre na Justiça sobre o complexo de Baleia - a disputa envolve cerca de R$ 120 milhões. Os R$ 181 milhões em indenizações não cobrem o que foi aportado por Furnas e seus sócios nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) criadas para gerir os empreendimentos.
 

CPFL Energia reúne atividades não reguladas em uma única marca

A CPFL Energia lançou a CPFL Soluções, braço da empresa que reunirá todas as atividades não reguladas do grupo, como a comercialização de energia, serviços de construção e manutenção de infraestrutura para clientes, projetos de eficiência energética e geração distribuída, todos voltados para grandes consumidores. Trata-se de um reposicionamento, tendo em vista que até agora os serviços eram oferecidos por diferentes marcas, como CPFL Brasil, CPFL Serviços e CPFL Eficiência. O objetivo é favorecer a identificação da companhia pelo cliente como fornecedora de diversos tipos de serviço, no conceito "one stop shop".
A CPFL Soluções nasce com um faturamento perto de R$ 4,5 bilhões e cerca de 2 mil funcionários, além de abrangência nacional, muito embora nem todos os serviços atualmente sejam ofertados em todos os estados do País. O montante de receitas obtido no segmento corresponde a cerca de 17% dos R$ 26 bilhões de faturamento global da CPFL Energia.
O presidente da companhia, André Dorf, evitou dar qualquer meta de expansão da nova empresa, mas salientou que o menor faturamento da área também está relacionado ao fato de que a unidade de negócios não é intensiva em capital como as áreas mais tradicionais - geração e transmissão de energia. "Em novos negócios a essência é a prestação de serviços, pode ter receita menor proporcionalmente, mas o retorno é muito atrativo porque não empatou capital", explicou.