Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Feira de Hannover

- Publicada em 22 de Abril de 2018 às 15:40

Empresas gaúchas buscam novas tendências na feira de Hannover

Evolução e consolidação da Indústria 4.0, cada vez mais presente nas fábricas, serão destaque na mostra

Evolução e consolidação da Indústria 4.0, cada vez mais presente nas fábricas, serão destaque na mostra


/CÂMARA BRASIL-ALEMANHA/DIVULGAÇÃO/JC
As companhias do Rio Grande do Sul que estão indo para a edição deste ano da feira de Hannover têm entre os seus principais interesses observar o que está acontecendo de novo no setor industrial e avaliar como trazer para dentro de suas atividades algo dessas práticas inovadoras. O evento na Alemanha começa nesta segunda-feira e se estenderá até a sexta-feira.
As companhias do Rio Grande do Sul que estão indo para a edição deste ano da feira de Hannover têm entre os seus principais interesses observar o que está acontecendo de novo no setor industrial e avaliar como trazer para dentro de suas atividades algo dessas práticas inovadoras. O evento na Alemanha começa nesta segunda-feira e se estenderá até a sexta-feira.
Serão 24 empresas gaúchas que participarão da missão organizada pelo Sistema Fiergs, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN-RS). O presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, comenta que, em especial, destacam-se no encontro deste ano as áreas de automação industrial, fábrica digital, energia, partes e peças, assim como pesquisa e desenvolvimento. "A feira apresentará também a evolução e a consolidação da Indústria 4.0, que se tornará cada vez mais uma realidade nas nossas fábricas", projeta o dirigente.
Serão mais de 5 mil expositores, de 75 nações diferentes, apresentando tecnologias da chamada indústria integrada. Aproximadamente 60% dos expositores virão do exterior e, depois da Alemanha, as nações que se sobressaem são a China, México, Itália, os Países Baixos e a França.
> VÍDEOS JC: Dallacorte, do Sebrae-RS, diz que meta é trazer inovação a pequenas empresas:
Além da Fiergs, outra instituição do Rio Grande do Sul que estará representada no evento em Hannover é o Sebrae-RS. "O conceito de Indústria 4.0, que vai ser destaque na feira, prevê a automação e otimização dos processos de produção", reitera o coordenador estadual de projetos da indústria do Sebrae-RS, Fabiano Cislaghi Dallacorte. A entidade está auxiliando a ida de 12 pequenas empresas gaúchas para Hannover. Uma das formas de apoio é financeira, com o subsídio de 30% em relação às despesas de transporte, estadia na Alemanha e deslocamento para as visitas técnicas que serão realizadas durante o evento.
Outra maneira de ajudar o pequeno empreendedor do Estado é justamente possibilitar o acompanhamento da feira em grupo. Dallacorte argumenta que o empresário indo sozinho, o choque é maior. O integrante do Sebrae-RS explica que o primeiro fator percebido é a diferença da capacidade de produção que se verifica com a automação mais avançada. "Na missão nós trabalharemos com os pequenos empresários as possibilidades de adequação dos conceitos da Indústria 4.0 com a realidade deles, tentando utilizar o choque de realidade para o bem, canalizando a energia para as possibilidades que eles têm em implementarem questões iniciais de produtividade", antecipa Dallacorte.
São apoiadas pelo Sebrae-RS na missão para a Alemanha as empresas GomaSul, TDS Sistemas de Gestão, RMR Plásticos, DLR Automação, GBC - Giaco Business Company, TK, HWSUL Instaladora Elétrica e Automação, DoLed, TECSISTEL, Kraft Automação, NDS Engenharia e Matusa Madeiras. Essas companhias são provenientes dos municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Esteio, Ijuí, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Panambi e Terra de Areia e são ligadas aos segmentos de automação, metalmecânico, software e beneficiamento de madeira.

Consultores alemães prestam serviços no Rio Grande do Sul

Contratar consultores internacionais para implementação de novos projetos acarreta em custos elevados para as empresas locais. Em meio a uma recuperação econômica gradual, esta intensão poderia ficar no papel se não fossem opções como a desenvolvida pela organização alemã Fundação Senior Experten Service (SES), representada no País pela Câmara Brasil-Alemanha.
Voltada para o voluntariado de especialistas e executivos alemães aposentados, ou que estão afastados do trabalho, o programa existe desde 1983 e já completou mais de 40 mil missões em cerca de 160 países. São mais de 50 áreas de atuação e 12 mil especialistas cadastrados no banco de talentos da instituição, disponíveis para consultorias de prazo entre três semanas e três meses.
A diretora de projetos na América Latina da SES, Agnes Enzinger, salienta que as principais atividades dos sêniores experts, como são chamados pelo programa, estão ligadas ao treinamento técnico, básico e avançado in company, solução de problemas internacionais e manutenção de máquinas e instalações. No entanto, outras áreas também estão no escopo das atividades dos experts. "A panificadora Petrópolis, em Nova Petrópolis, chama periodicamente um sênior para aperfeiçoar suas especialidades e enraizar costumes de sua tradição alemã", conta.
Da mesma maneira que a iniciativa privada, o poder público pode se valer da iniciativa. A prefeitura de Uruguaiana, por exemplo, recebeu profissional sênior da Alemanha para auxiliar no desenvolvimento do Plano de Mobilidade Urbana do município. Sendo assim, Agnes relata que torna-se difícil a missão de exemplificar todas as áreas de conhecimento abarcadas pelo programa.
A diretora, por outro lado, lamenta que, do total de missões realizados pela instituição, apenas 330 foram feitas no Brasil - majoritariamente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. "Comparando com a China, onde realizamos 6 mil missões, é um número baixo e queremos ampliá-lo rapidamente", diz. Assim, a Câmara Brasil-Alemanha trabalha para a ampliação destes números.
Um dos seniores experts que atua no momento no Brasil é Friedrich Wiegand, que está em sua sexta missão internacional em seu terceiro país. Antes de vir ao Brasil, o expert trabalhou por 30 anos em áreas de produção e garantia de qualidade de autopeças e componentes de chassis em seu país de origem, além de participar em missões na China e na Índia. Até o próximo dia 27, Wiegand prestará serviços na Faboff Indústria Metalúrgica, de São Marcos, que atua no mercado de peças e componentes de posição para o segmento de veículos pesados.
O especialista foi convocado para a implementação de uma nova linha de produtos na empresa. Sua primeira impressão do Brasil foi de uma cultura muito mais próxima a alemã do que a vivenciada nos demais países que esteve em missão. O gerente do projeto, William Souza, relata que os ensinamentos de Wiegand serão o diferencial da nova linha.