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Porto Alegre, terça-feira, 10 de abril de 2018.

Jornal do Comércio

Economia

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Comércio Exterior

Notícia da edição impressa de 10/04/2018. Alterada em 09/04 às 20h11min

China diz ser impossível negociar com os EUA

Avaliação é que as medidas terão pouco impacto na economia chinesa

Avaliação é que as medidas terão pouco impacto na economia chinesa


/JOHANNES EISELE/AFP/JC
A China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos ontem devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos comerciais e repetindo que é impossível negociar sob as circunstâncias atuais.
As declarações foram dadas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, previu, no domingo, que a China deve retirar suas barreiras comerciais, e expressou otimismo de que ambos os lados podem resolver a questão através de negociações.
Pesquisadores estatais chineses e a mídia minimizaram o possível impacto das medidas comerciais dos EUA sobre a segunda maior economia do mundo e descreveram a postura do governo norte-americano sobre o comércio como o produto de um "distúrbio de ansiedade". "Sob as atuais circunstâncias, ambos os lados não podem ter negociações sobre essas questões", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, a repórteres.
"Os Estados Unidos, por um lado, têm a ameaça de sanções e, ao mesmo tempo, dizem que estão dispostos a conversar. Não tenho certeza sobre para quem os Estados Unidos estão fazendo esse número", disse Geng. Os atritos comerciais devem-se "inteiramente à provocação dos EUA", completou.
Ontem, Trump afirmou que a relação comercial entre EUA e China é estúpida. "Quando um carro é enviado para os Estados Unidos da China, há uma tarifa a ser paga de 2,5%. Quando um carro é enviado para a China dos Estados Unidos, há uma tarifa a ser paga de 25%. Isso soa como comércio livre ou justo? Não, parece comércio estúpido - acontecendo há anos!", disse em uma postagem no Twitter.
"Pequim não queria disputar uma guerra comercial, mas não tem medo de uma", afirmou o vice-ministro de Comércio, Qian Keming, no Fórum Boao para Ásia.
A ação dos EUA de ameaçar a China com tarifas sobre bens chineses visava forçar Pequim a lidar com o que Washington diz ser roubo de propriedade intelectual e transferência forçada de tecnologia de empresas dos EUA para concorrentes chineses.
Pequim alega que Washington é o agressor e está estimulando o protecionismo global, embora os parceiros comerciais da China reclamem há anos que o país abusa das regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) e pratica políticas industriais injustas que bloqueiam empresas estrangeiras de setores cruciais com a intenção de criar gigantes nacionais.
Depois de repetidas promessas feitas por Pequim de abrir setores como o de serviços financeiros terem mostrado pouco progresso, Trump tem dito que os EUA não vão mais permitir que a China se aproveite do país com o comércio.
 

Disputa comercial entre os dois países pode ajudar o Brasil, diz secretário

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcello Estevão, disse ontem que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China poderá beneficiar o Brasil e, por extensão, o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Estevão disse que a disputa comercial entre duas das maiores economias do mundo, pelo menos até o momento, está sendo positiva para o Brasil.
"É claro que uma guerra comercial entre duas economias do tamanho da norte-americana e da chinesa não é boa para ninguém, e todos têm a perder. Mas, pontualmente, o que eu tenho visto é que ela está nos ajudando. Na questão da soja, por exemplo, a decisão da China de impor tarifa sobre a exportação do produto dos Estados Unidos ajuda os produtores de soja do Brasil", disse.
Na avaliação do secretário, "se realmente a China fizer um boicote ou aumentar a tarifa para bens de commodities que os Estados Unidos exportam muito, o Brasil se beneficiará, porque é um país exportador de commoditie".
Para Estevão, a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos ajuda o Brasil, porque os países que querem fazer acordos e ampliar as relações comerciais vão fazê-lo com o Brasil e com o Mercosul.
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