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Geral

- Publicada em 22 de Março de 2018 às 22:40

Usuários celebram um ano de consultas até 22h em postos de saúde

Na UBS São Carlos, alguns pacientes aguardavam atendimento em pé

Na UBS São Carlos, alguns pacientes aguardavam atendimento em pé


MARIANA CARLESSO/JC
Suzy Scarton
Há um ano, em 24 de março de 2017, a Unidade Básica de Saúde (UBS) São Carlos, na avenida Bento Gonçalves, em Porto Alegre, passou a atender até as 22h. Essa foi uma das promessas feitas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior durante a campanha. Das 18h às 22h, a unidade atende pacientes por ordem de chegada, sem necessidade de agendamento. Um mês depois, no dia 25 de abril, o Centro de Saúde Modelo, na rua Jerônimo de Ornellas, passou a funcionar no mesmo horário.
Há um ano, em 24 de março de 2017, a Unidade Básica de Saúde (UBS) São Carlos, na avenida Bento Gonçalves, em Porto Alegre, passou a atender até as 22h. Essa foi uma das promessas feitas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior durante a campanha. Das 18h às 22h, a unidade atende pacientes por ordem de chegada, sem necessidade de agendamento. Um mês depois, no dia 25 de abril, o Centro de Saúde Modelo, na rua Jerônimo de Ornellas, passou a funcionar no mesmo horário.
Na noite desta quinta-feira, tanto o Posto Modelo como a UBS São Carlos estavam lotados. O sistema de atendimento funciona por meio de fichas. A partir das 17h30min, é distribuído um número limitado de fichas, conforme a ordem de chegada dos pacientes - crianças e idosos são priorizados. Nesta quinta, foram disponibilizadas 45 fichas no Modelo e 33 na UBS São Carlos. Para conseguir ser atendido logo, é preciso que o paciente se adiante e chegue bem cedo.
Foi o caso do fotógrafo Sérgio Ordobás, de 56 anos, que foi ao Modelo entregar um exame ao médico com quem já havia consultado. Ele aguardava atendimento desde as 15h. "Já aconteceu de eu chegar às 16h e ser liberado às 21h. Para que fosse mais ágil, seriam necessários mais médicos, que conseguiriam atender mais rápido e um maior número de pessoas", comenta. No entanto ele elogiou o atendimento médico. "Meu posto é o do (bairro) Cristal, mas às vezes não tem médico, depende do dia. Prefiro este", resumiu.
A cuidadora de idosos Vilma Secco, de 58 anos, teve a mesma impressão positiva do atendimento no Modelo, posto que procurou pela primeira vez. Ela costumava frequentar o Centro de Saúde IAPI, no bairro Passo d'Areia, e se mudou recentemente para a região central. "Não tenho reclamações, nem de lá, nem daqui. Tem a espera, claro, mas o médico foi muito atencioso", conta. Vilma recebeu a ficha às 17h30min e foi chamada por volta das 18h. Nesta quinta-feira, havia quatro médicos fixos atendendo no posto, além dos profissionais que cumprem escala.
Na UBS São Carlos, que é menor, algumas pessoas aguardavam pelo atendimento em pé - e a principal reclamação, sobre a demora, era visível nos braços cruzados e nos semblantes sérios dos pacientes. De acordo com funcionários do local, eram esperados três médicos, mas, até as 19h, um deles não havia aparecido. O construtor civil Írio Lisik, de 56 anos, havia chegado antes das 17h e seguia aguardando.
No entanto, os funcionários da UBS se mostraram ágeis. Uma criança, mordida por um cachorro de rua, procurou a UBS São Carlos acompanhada por um responsável e, rapidamente, foi avaliada e encaminhada a outro estabelecimento de saúde adequado para realização de suturas, sem que precisasse apanhar uma ficha e esperar atendimento. 
Uma funcionária da rede municipal de saúde, que preferiu não se identificar, explica que há um ponto negativo. "Às vezes, o paciente acha mais conveniente ir no terceiro turno - porque trabalha ou por motivo pessoal, como não gostar de algum profissional -, e a ideia é que o paciente sempre procure o posto mais próximo ao local onde mora, para facilitar a criação de vínculo entre ele e o atendente", afirma. Essa troca de postos, que pode resultar na quebra de vínculo entre paciente e atendente, bem como na ausência de diagnósticos anteriores que, por vezes, só ficam disponíveis no posto pessoal do paciente, contraria o objetivo do atendimento da Estratégia Saúde da Família (ESF). Os usuários dos postos de horário estendido, no entanto, elogiaram o fato de poderem procurar o posto sem a necessidade desse vínculo.
A Secretaria Municipal de Saúde aponta que o atendimento estendido teve uma média mensal de 2,3 mil consultas médicas. Em um ano, foram 11 mil consultas médicas à noite na UBS São Carlos - ainda não há um dado anual do Posto Modelo. No entanto, a prefeitura afirma que, somando-se os dois postos, houve 26 mil consultas médicas, até agora, só no horário estendido. A resolutividade da medida é estimada em 88% - ou seja, 88% das pessoas que procuraram as UBSs das 18h às 22h tiveram a demanda resolvida no mesmo local, sem necessidade de um segundo atendimento.
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