Roberta Fofonka

Centro Social Pe. Pedro Leonardi engaja crianças e jovens com rampa profissional de skate e fábrica própria através do projeto JAM Skatinga

Produção de shapes de skate dá vez ao empreendedorismo na Restinga Velha

Roberta Fofonka

Centro Social Pe. Pedro Leonardi engaja crianças e jovens com rampa profissional de skate e fábrica própria através do projeto JAM Skatinga

O Centro Social Pe. Pedro Leonardi, situado no bairro Restinga Velha, em Porto Alegre, atende cerca de 500 crianças e adolescentes de baixa renda da região, com atividades educativas, culturais, de recreação e alimentação. E, de modo mais recente, de empreendedorismo.
O Centro Social Pe. Pedro Leonardi, situado no bairro Restinga Velha, em Porto Alegre, atende cerca de 500 crianças e adolescentes de baixa renda da região, com atividades educativas, culturais, de recreação e alimentação. E, de modo mais recente, de empreendedorismo.
Através do projeto Jam Skatinga, iniciado em 2016, os jovens entram em contato com a prática do skate em uma pista profissional e com a fabricação de shapes de madeira pelas próprias mãos. A história da pista, da fábrica e da marca de shapes Jam Skateboard se funde com a do professor Paulo Roberto Longarfino dos Santos, o Paulinho, de 32 anos. Skatista desde os 17, Paulinho sonhava com a trajetória profissional no esporte, que não se concretizou como esperava.
Ele, que se formou em mecânica automotiva e chegou a ter uma oficina, nunca deixou a paixão de lado. No bairro, tem uma loja chama Gap Skate Shop, que a esposa comanda. “Em 2013 entreguei um projeto para dar aulinhas de skate no Centro Social, e em várias outras instituições. Dois anos depois me chamaram”, conta ele, que começou levando pistas de madeira para o pátio de cimento do local. Em 2016, eram 120 alunos da Restinga Velha engajados em andar de skate.
LUIZA PRADO/JC
Com o resultado de um almoço beneficente e leilão da confraria Colorados de Fé, ligada ao SC Internacional, da qual o diretor do Centro Social, o Pe. Claudionir Ceron faz parte, uma pista profissional foi construída. A fábrica veio em 2017, com o apoio de R$ 20 mil da Gerdau.
“Dez anos atrás achava que ia ser sempre um mecânico. Hoje eu vivo do skate, estou fazendo uma coisa que foi um sonho meu. Me sinto realizado de ver a transformação nas vidas deles”, cita Paulinho, a partir do objetivo maior da iniciativa, que é dar ferramentas para os jovens se inserirem no mercado de trabalho.
 
Paulinho, além de dar as aulas de skate de segunda à sexta, é o mestre da fábrica. Aprendeu todos os processos de manufatura das pranchas, fabricou ferramentas, e passa o conhecimento aos selecionados para o curso. Na primeira turma, de 11 alunos, foram 9 meses de aulas técnicas em marcenaria e serigrafia. Andressa Rodrigues, 15 anos, conta que se descobriu no finalzinho, na parte de acabamento, em que a tarefa é lixar e deixar tudo pronto para a pintura. “No começo eu achava que não ia conseguir fazer. Depois foi um alívio quando vi que podia”, demonstra ela, que saiu de um abrigo e hoje vive com a mãe e o padrasto bem pertinho do Centro Social.
LUIZA PRADO/JC
Andressa é uma das alunas formadas na primeira turma que produziu shapes no Jam Skatinga | Foto: Luiza Prado/JC
O shape da Jam Skateboard custa R$ 79,90, e o retorno para os jovens vem através de vale-compras em lojas da comunidade. “Senão a gente gasta em besteira, em salgadinho. Assim, eu já comprei roupa, tênis e maquiagem”, explica Andressa. A prova final do curso é cada aluno produzir o próprio shape, junto a um relatório sobre o projeto. O shape dela é colorido e, como não gosta muito de andar de skate, vai para a parede do quarto.
A instituição e Paulinho vislumbram um futuro promissor para o negócio. O plano para 2018 é investir em Marketing. “Não é fácil entrar no mercado de shapes”, aborda Paulo. “Como vimos que nosso produto tem uma qualidade boa, vamos investir na nossa marca”, sustenta, a partir da decisão de não terceirizar o produto para empresas mais conhecidas.
LUIZA PRADO/JC
LUIZA PRADO/JC
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