Com medo de não conseguir 342 deputados presentes para abrir a sessão no plenário da Câmara nesta sexta-feira (14), o governo cogita deixar a votação da denúncia contra Michel Temer para agosto, depois do recesso parlamentar.
Vice-líder do governo, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse que "é possível" que se adie a votação. Ele atribui o revés à oposição, que, segundo ele, está esvaziando a Casa.
"É possível [que a votação aconteça só em agosto]. Não está fechado, mas é possível. A responsabilidade é da oposição. Ela está liberando seus deputados [para irem embora e não votarem em plenário]. A oposição foge do voto", afirmou Perondi.
Integrante da tropa de choque do governo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse à reportagem que o governo ainda está "avaliando", mas que não há uma decisão tomada.
Marun está reunido neste momento com os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e com o líder do PMDB na Casa, Baleia Rossi (SP), justamente tratando do assunto.
Já era esperado que a oposição não desse quórum na sessão plenária. Caberia ao governo garantir que seus deputados comparecessem para que a votação tivesse início.
A ideia inicial do governo era votar a denúncia em plenário nesta sexta-feira para evitar que o desgaste de Temer se arrastasse ao longo do recesso parlamentar, que começa nesta terça-feira (18).
O governo havia orientado a base a não se inscrever e a retirar assinaturas para acelerar a tramitação.