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CONJUNTURA

- Publicada em 25 de Maio de 2017 às 14:54

Aos poucos, economia inicia a recuperação

Setores como o coureiro-calçadista tiveram reação no início de 2017 e esperam melhorar no segundo semestre

Setores como o coureiro-calçadista tiveram reação no início de 2017 e esperam melhorar no segundo semestre


ABICAL/ABICAL/DIVULGAÇÃO/JC
Os últimos três anos foram marcados por recessão, fechamento de postos de trabalho e uma crise política e econômica. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indica que a economia voltou a crescer nos três primeiros meses do ano. O indicador que antecipa a trajetória do Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 1,12% no acumulado do primeiro trimestre de 2017 na comparação com o quarto trimestre de 2016. A tão esperada retomada do crescimento ainda é distante para muitos setores, como metalmecânico e siderurgia, que vêm de sucessivos resultados negativos e clamam por medidas urgentes do governo federal para tornar o produto nacional mais competitivo no mercado externo. Outros segmentos entraram 2017 um pouco mais confiantes, como a indústria automotiva e a coureiro-calçadista, que esperam um segundo semestre mais movimentado para os negócios.
Os últimos três anos foram marcados por recessão, fechamento de postos de trabalho e uma crise política e econômica. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) indica que a economia voltou a crescer nos três primeiros meses do ano. O indicador que antecipa a trajetória do Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 1,12% no acumulado do primeiro trimestre de 2017 na comparação com o quarto trimestre de 2016. A tão esperada retomada do crescimento ainda é distante para muitos setores, como metalmecânico e siderurgia, que vêm de sucessivos resultados negativos e clamam por medidas urgentes do governo federal para tornar o produto nacional mais competitivo no mercado externo. Outros segmentos entraram 2017 um pouco mais confiantes, como a indústria automotiva e a coureiro-calçadista, que esperam um segundo semestre mais movimentado para os negócios.
Quem está mais animado com a previsão de uma safra recorde de grãos são os empresários de máquinas agrícolas. Em 2016, a agropecuária teve seu desempenho prejudicado pela queda nas safras de arroz, milho e fumo e apresentou queda de 4,5%. No entanto, para este ano os indicadores apontam para um desempenho positivo da agricultura.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra 2016/2017 de grãos deve chegar a 227,9 milhões de toneladas, com um aumento de 22,1% ou 41,3 milhões de toneladas frente às 186,6 milhões de toneladas da safra passada. "Por outro lado, existe a preocupação com os embargos ao setor de fabricação de carnes. Isso irá refletir no segundo trimestre de 2017 e sua dimensão ainda deverá ser avaliada", observa o diretor-técnico da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Martinho Lazzari.
A Sondagem Industrial de março, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), mostra que houve uma melhora na atividade e o maior crescimento da produção gaúcha nos últimos quatro anos, com o indicador ficando nos 57 pontos. Os indicadores variam de zero a 100 pontos. Valores menores que 50 indicam queda da produção e do emprego, expectativas negativas e estoques abaixo do esperado.
O emprego industrial mostrou perdas menos intensas nos meses recentes, ficando em 49,5 pontos, o que significa um quadro de funcionários muito próximo da estabilidade em relação a fevereiro (49,7). Para o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, a elevada carga tributária e a demanda interna insuficiente foram os maiores entraves enfrentados pela indústria gaúcha nos três primeiros meses do ano. "Esses dois fatores impediram um desempenho melhor para o setor no período", diz.
Segundo dados da FEE, a economia gaúcha encerrou 2016 com o terceiro ano consecutivo de crescimento negativo acumulando uma taxa de -6,7%. O resultado é semelhante ao -6,6% observado nos anos 1990 e 1991. A última vez que a economia do Rio Grande do Sul apresentou queda em três anos consecutivos foi em 1980, 1981 e 1982.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul fechou 2016 em -3,1%. O resultado, embora negativo, foi melhor que o do País que apresentou taxa de -3,6%. "Na atual recessão, a indústria teve seu pior momento no segundo semestre de 2015. Agora vemos o setor de máquinas e equipamentos dar início a uma recuperação. Já as atividades que dependem da renda interna, o alto desemprego e os rendimentos reais ainda baixos dificultam a retomada", explica o coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha.
No setor de serviços, a queda de 2,1% acumulada em 2016 foi menos intensa que a observada na economia nacional, de -2,7%. A única atividade que apresentou desempenho positivo no ano foi a imobiliária, com crescimento de 1,1% no Estado e de 0,2% no Brasil. Entre as atividades dos serviços, a maior queda foi observada no comércio e reparação de veículos (-5,3%), menos intensa que a observada na economia nacional (-6,3%).
O último estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a indústria nacional cresceu em nove dos 14 locais pesquisados em fevereiro, entre eles o Rio Grande do Sul. Os maiores avanços foram na Bahia (2,8%), que eliminou parte da perda de 4,2% de janeiro, e em Santa Catarina (2,8%), quarto mês consecutivo de crescimento, acumulando expansão de 7,4%. Rio Grande do Sul (2,2%), Rio de Janeiro (2,2%), Goiás (2,1%), Minas Gerais (2,0%), Paraná (1,9%), Região Nordeste (1,1%) e São Paulo (0,2%) completaram a lista de locais com aumento na produção.

Exportações gaúchas tiveram alta no primeiro trimestre

No primeiro trimestre desse ano, as exportações gaúchas totalizaram US$ 3,318 bilhões, uma elevação de US$ 509,2 milhões em relação ao mesmo período de 2016 (18,1%). Segundo análise da Fundação de Economia e Estatística (FEE), esse crescimento foi possível graças ao aumento da quantidade embarcada ao exterior (13,3%) e ao preço médio dos produtos exportados (4,3%). Esse resultado fez com que o Rio Grande do Sul contribuísse com 6,6% das vendas externas brasileiras, aparecendo como o 6º maior Estado exportador, atrás de São Paulo (22,1%), Minas Gerais (13,3%), Rio de Janeiro (12,1%), Paraná (7,9%) e Pará (6,9%). As receitas no trimestre voltaram a crescer após quatro anos, e os preços, após dois anos.
Ainda conforme o estudo da FEE, o produto que registrou o maior crescimento em suas receitas foi a soja em grãos ( US$ 286,0 milhões; 235,6% em valor e 194,7% em volume). Foi embarcado 1,031 milhão de toneladas no trimestre. "A grande quantidade do grão vendida é resultado das vendas de janeiro e março, que registraram recordes históricos, resultado tanto dos grãos não vendidos da safra, porque os produtores seguraram parte do estoque à espera de preços mais competitivos, quanto pela esperada supersafra, que já vem trazendo dificuldades de armazenagem para os produtores do Estado", explica Tomás Amaral Torezani, pesquisador em Economia do Centro de Indicadores Econômicos e Sociais da FEE.
Os embarques de automóveis de passageiros ( US$ 77,9 milhões; 147,8% em valor e 165,2% em volume) também registraram recorde histórico para um primeiro trimestre, com quantidades e receitas superiores aos primeiros trimestres dos últimos três anos. Foram vendidas 15,9 mil unidades de automóveis, enquanto foram embarcadas 12,9 mil unidades no somatório do mesmo período dos últimos três anos. Em relação ao mesmo período de 2016, o crescimento de 9,977 mil unidades vendidas se deu, sobretudo, pelas vendas para a Argentina (aumento de 4,813 mil unidades) e o Chile (elevação de 3,478 mil unidades).

Empresários demonstram mais otimismo

Após três meses consecutivos de crescimento, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu 0,9 ponto em abril frente a março e atingiu 53,1 pontos neste mês, conforme a Confederação Nacional da Indústria. Apesar da queda, o indicador permanece acima da linha dos 50 pontos, o que sinaliza empresários otimistas. Os indicadores variam de zero a 100 pontos. O Icei está 16,3 pontos acima do registrado em abril de 2016, mas abaixo da média histórica, que é de 54 pontos.
De acordo com o levantamento, o recuo do indicador frente a março ocorreu, principalmente, por uma acomodação das expectativas em relação à própria empresa e à economia, cujo índice caiu 1,4 ponto, de 58 para 56,6 pontos. O levantamento foi feito entre os dias 3 e 17 de abril com 2.952 empresas. Dessas, 1.172 são de pequeno porte, 1.106 são médias e 674 grandes.