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Porto Alegre, sexta-feira, 19 de maio de 2017. Atualizado às 16h11.

Jornal do Comércio

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no palco

Notícia da edição impressa de 19/05/2017. Alterada em 19/05 às 16h14min

Distintas Áfricas

Grupo carioca Amok Teatro apresenta Salina (A última vértebra) sobre uma África ancestral

Grupo carioca Amok Teatro apresenta Salina (A última vértebra) sobre uma África ancestral


DANIELA MAGALHAES /DIVULGAÇÃO/JC
Michele Rolim
A companhia carioca Amok Teatro apresenta dentro da programação do Palco Giratório duas Áfricas muito diferentes: Salina (A última vértebra), neste sábado e domingo, às 19h, no Teatro Renascença e Os cadernos de Kindzu, na próxima terça e quarta-feira, às 19h, no Teatro do Sesc. O grupo dirigido por Ana Texeira e Stéphane Brodt já é conhecido dos porto-alegrenses. A última vez que esteve na Capital foi em 2011 com o espetáculo O dragão (2008), da Trilogia da Guerra, também no Palco Giratório.
Com esses dois novos trabalhos, Amok parte para uma nova pesquisa: a África em nós. "Apesar da vastidão e da complexidade do continente africano, o que poderíamos tratar de comum nas diferentes culturas é a oralidade, então se multiplicou diferentes formas e maneiras de se narrar uma história sempre acompanhada do ritmo da música como tudo na vida africana", explica Ana sobre o projeto.
Para isso, o grupo executou uma pesquisa extensa sobre as diferentes culturas africanas, intercâmbio com o grupo Odi, de Moçambique, além de um estudo em danças dos orixás, orientados por Tatiana Tibúrcio, que assina a coreografia. No espetáculo Salina, o grupo investiga a questão da ancestralidade, convocando atores de diferentes áreas do Rio de Janeiro, todos negros, para um processo de formação. Ao todo, 10 atores e o músico Fábio Simões Soares estão em cena. "A nossa África é uma África imaginária, mas ela não é por isso superficial, ela é um mergulho muito profundo nesse sentimento de pertencer a um continente cultural", comenta a diretora.
Os cadernos de Kindzu é uma criação do grupo a partir da obra Terra sonâmbula, de Mia Couto. O elenco foi formado por um encontro entre os atores de Salina e o elenco da Trilogia da Guerra, criando um espetáculo mais miscigenado. "Kindzu tinha ainda essa proposta de afirmar a integração entre novos atores dentro do Amok. O texto de Mia Couto também foi uma oportunidade de continuarmos na África, mas não mais na África ancestral, mas em uma África histórica", diz Ana sobre o espetáculo que se passa em Moçambique, no período pós-colonial, nos anos 1970, em plena guerra civil.
"Na verdade, esse texto de Mia Couto ia ser a última parte da trilogia da guerra. Só que por outras razões encontramos outro texto que nos levou a outro lugar", confessa Ana. O último espetáculo da trilogia acabou sendo Histórias de família (2012), da dramaturga sérvia Biljana Srbljanovic. Ela destaca que não foi trabalhada toda a obra do escritor e sim uma das histórias: "O encontro com Mia Couto já é para nós uma redescoberta da língua portuguesa, porque ele tem uma forma muito particular de escrever, é como se desse para língua portuguesa um perfume africano, e também parece que está falando do Brasil de hoje, pois escreve sobre uma realidade muito próxima".
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