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Porto Alegre, quinta-feira, 04 de maio de 2017. Atualizado às 21h32.

Jornal do Comércio

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PALCO GIRATÓRIO

Notícia da edição impressa de 05/05/2017. Alterada em 04/05 às 16h43min

Grupo Usina do Trabalho do Ator celebra trajetória

Celina Alcântara é uma das fundadoras da Usina do Trabalho do Ator, grupo que completa 25 anos

Celina Alcântara é uma das fundadoras da Usina do Trabalho do Ator, grupo que completa 25 anos


SILVANA MARQUES/DIVULGAÇÃO/JC
Michele Rolim
Ao longo de 25 anos, o grupo Usina do Trabalho do Ator (UTA) fez história. Durante o 12º Festival Palco Giratório Sesc, em Porto Alegre, diversas atividades celebram essa trajetória.
A abertura ocorre com a exposição Usina do Trabalho do Ator: 25 anos de performatividade em imagem, que acontece no Café Sesc Centro (Alberto Bins, 665). A programação segue com a apresentação de três espetáculos e o intercâmbio com o grupo boliviano Teatro de Los Andes, do qual faz parte a atriz Alice Guimarães, uma das fundadoras da UTA.
A companhia surgiu tendo como inspiração o Lume Teatro, de São Paulo, na figura do seu fundador, Luís Otávio Burnier, já falecido. Burnier foi discípulo do ator e mímico francês Etienne Decroux.
Esse interesse pelo trabalho de Lume ocorreu por meio da Oficina Teatral Carlos Carvalho, da Secretaria Municipal de Cultura, dirigida por Mauricio Guzinski. Ele que propôs, ao lado do diretor do Lume, a criação do Núcleo de Investigação Usina do Trabalho do Ator por meio de um edital. Da sua formação original ainda restaram dois artistas no grupo: Celina Alcântara e Gilberto Icle. Atualmente, o grupo é formado também por Ciça Reckziegel, Gisela Habeyche e Thiago Pirajira.
"A gênese do grupo é o trabalho de ator, a criação de um espetáculo parte de um tema comum a todos. Cada um aborda esse tema a partir daquilo que acha importante falar", conta Celina. O primeiro espetáculo do grupo foi Klaxon (1994), totalmente independente - a partir disso, a UTA passou a não ter mais ligação com a prefeitura.
Uma característica marcante do grupo sempre foi trabalhar com as raízes da brasilidade - cada integrante coloca o seu ponto de vista e pensa como o ator está inserido em um contexto. "Talvez, por isso, nunca utilizamos um texto dramatúrgico nas montagens", comenta Celina.
A atriz também destaca a relação dos espetáculos do grupo com o espaço. "Só fizemos um espetáculo ao longo desses anos para palco italiano - o 5 Tempos para a morte", lembra. Duas montagens levaram a Usina do Trabalho do Ator a sair de Porto Alegre e ganhar reconhecimento fora: Mundéu, o segredo da noite (1998) e A mulher que comeu o mundo (2006).
Em 2000, a atriz Dedy Ricardo entrou para o grupo, potencializando a temática da negritude. "Sempre existiu isso com a presença da Celina, mas com outra atriz negra, se fortaleceu e é mais combativo", conta Dedy - juntas fizeram a peça Nos meses da corticeira florir (2000), com direção de Ciça.
As montagens apresentadas dentro das ações comemorativas serão Dança do Tempo (14 de maio) e dois solos de Dedy. Eu não sou macaco! (12 de maio) trata-se de uma ação performática que denuncia o racismo, trazendo para a cena as histórias de Cláudia da Silva Ferreira - a mulher arrastada por uma viatura da polícia pelas ruas das favelas do Rio de Janeiro -; de Amarildo Dias de Souza - desaparecido após interrogatório na Unidade de Polícia Pacificadora na Rocinha; e de Paulo Afonso Soares - militante gay assassinado em Porto Alegre -, além de figuras históricas - como João Cândido e os lanceiros negros - como forma de manifestação política.
A atriz também encena Histórias negras para crianças de todas as cores (10 de maio), colocando, de forma mais contundente, além da questão da negritude, a temática feminista. "A chegada do ator negro Thiago Pirajira fortalece ainda mais a temática da negritude, além, é claro, do acolhimento dos colegas não negros e desejo também deles de abordarem esse assunto. O tema vem ganhando cada vez mais espaço na cena teatral", comenta Dedy. A programação completa está no site www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio.
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