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Indústria Automotiva

- Publicada em 16 de Abril de 2017 às 22:05

Montadoras esperam ganhar proteção com o novo 'Inovar-Auto'


GEOFF CADDICK/AFP/JC
A nova política industrial para o setor automotivo, que vai substituir o Inovar-Auto a partir de janeiro do ano que vem, está prevista para ficar pronta no fim de agosto, segundo representantes da indústria e do governo. O novo programa é esperado com ansiedade pelas montadoras, especialmente as marcas de luxo que abriram fábricas no País nos últimos três anos incentivadas pelo Inovar-Auto.
A nova política industrial para o setor automotivo, que vai substituir o Inovar-Auto a partir de janeiro do ano que vem, está prevista para ficar pronta no fim de agosto, segundo representantes da indústria e do governo. O novo programa é esperado com ansiedade pelas montadoras, especialmente as marcas de luxo que abriram fábricas no País nos últimos três anos incentivadas pelo Inovar-Auto.
Elas esperam uma "compensação" pelo fim de isenção de taxa extra do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As normas da nova política vão nortear as decisões de investimentos e atuação no País desse grupo de novatas, formado por Audi, BMW, Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz. Com o Inovar-Auto, criado em 2012 com regras que estimulavam a produção local e taxava ainda mais as importações, os quatro grupos investiram um total de R$ 2,4 bilhões em fábricas com capacidade para produzir 102 mil veículos de luxo por ano.
As inaugurações ocorreram entre 2013 e 2016, em meio à pior crise econômica vivida pelo Brasil, e nem metade desse volume saiu das linhas de montagem. Recentemente, notícias veiculadas na imprensa citaram a possibilidade de fechamento da fábrica da Mercedes-Benz, inaugurada há um ano em Iracemápolis (SP).
O presidente da montadora, Philipp Schiemer, nega a intenção. "Não investimos R$ 600 milhões para jogar no lixo; além disso vamos inaugurar, em setembro ou outubro, um campo de provas que recebeu investimento extra de R$ 70 milhões." Schiemer confirma, porém, preocupação com as novas regras para o setor, principalmente em um momento em que o mercado não dá sinais claros de recuperação de vendas. "É preciso achar uma fórmula de proteção e incentivo às fabricantes, e isso vale para toda a indústria."
Já está certo que a sobretaxa de 30 pontos percentuais para o IPI de veículos importados, que motivou a produção local das marcas de luxo, vai acabar, até porque a medida é questionada na Organização Mundial do Comércio (OMC). O diretor da consultoria Roland Berger, Rodrigo Custódio, acredita que as marcas premium vão avaliar se faz sentido produzir no Brasil.
"Será avaliado se é mais competitivo importar ou produzir localmente, se vão renovar o portfólio, fazer novos investimentos e se trarão novas gerações de produtos ao País." O presidente da BMW, Helder Boavida, diz que a fábrica de Araquari (SC), inaugurada no final de 2013, opera com 50% de ociosidade, e sua expectativa é que o futuro programa "permita ocupar o investimento feito, viabilizar novos projetos e dar previsibilidade para os próximos anos". Ele descarta fechar a operação.
Frédéric Drouin, presidente da Jaguar Land Rover, disse recentemente que novos projetos para estabelecer o cronograma da nacionalização do processo produtivo da fábrica de Itatiaia (RJ), aberta em 2016, só serão definidos após a divulgação da política industrial. A unidade não tem setores de pintura e de funilaria. "O que precisamos é de uma política mais sustentável." A Audi também defende compensação da isenção dos 30 pontos do IPI, mas prefere não se manifestar. Sua produção é feita desde 2015 na filial da Volkswagen no Paraná.

Para a Anfavea, indústria automotiva ensaia recuperação

Megale aguarda próximos meses, mas prevê um cenário de estabilidade

Megale aguarda próximos meses, mas prevê um cenário de estabilidade


ALF RIBEIRO/ALF RIBEIRO/FOLHAPRESS/JC
Após três anos de seguidas quedas nas vendas, o setor automotivo vê um mês terminar com resultado positivo tanto para vendas internas quanto para produção. Em março, pelo segundo mês consecutivo, a produção da indústria automobilística registrou crescimento: as 234,7 mil unidades fabricadas representam uma alta de 18,1% na comparação com as 198,8 mil do mesmo período de 2016.
Melhor do que isso, os dados da primeira quinzena de abril mostra um movimento de vendas 15% superior à média de março. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo. Com relação a fevereiro, com 200,4 mil unidades, o acréscimo em março foi de 17,1%.
O acumulado da produção no primeiro trimestre atingiu 609,8 mil autoveículos, com um aumento de 24% frente aos 491,7 mil de 2016. Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, apesar dos números já mostrarem um aumento na produção deste ano, a indústria ainda caminha para a estabilidade. "O mês de março foi bom; mas, mesmo com um resultado superior em relação a 2016, continuamos com uma capacidade ociosa elevada, o que é especialmente complexo para as empresas", disse o presidente da Anfavea.
Ainda assim, Megale é cauteloso. "Precisamos aguardar o desempenho dos próximos meses para ter um cenário mais claro, mas estamos no caminho da estabilidade. O destaque efetivamente positivo está nas exportações, pois registramos o melhor resultado histórico no primeiro trimestre."
No campo das exportações, somente em março, foram enviadas 68,5 mil unidades para outros países, o que significa uma expansão de 64,6% se comparado com as 41,6 mil unidades de março de 2016. Na análise contra fevereiro deste ano, com 66,3 mil, o resultado ficou maior em 3,3%. No acumulado de 2017, foram exportadas 172,7 mil unidades, número 69,7% superior as 101,8 mil do primeiro trimestre do ano passado.
O licenciamento de veículos novos em março ficou maior em 39,4%: foram 189,1 mil unidades no mês passado e 135,7 mil em fevereiro. Quando comparado com março do ano passado, com 179,2 mil unidades, a alta é de 5,5%. O acumulado do ano, contudo, ainda apresenta baixa de 1,9%, com 472 mil unidades este ano e 481,3 mil em 2016.
As vendas de caminhões encerraram março com 4,1 mil unidades, o que representa aumento de 57% frente as 2,6 mil unidades de fevereiro e queda de 15,3% se confrontado com as 4,8 mil de março do ano passado. No trimestre, foram comercializadas 9,7 mil unidades, diminuição de 26,3% contra as 13,1 mil de 2016. A produção em março foi de 5,9 mil caminhões, superior em 12% com relação às 5,3 mil unidades de fevereiro e de 5,1% se analisado com as 5,7 mil de março de 2016.
Nos três meses deste ano, 15,7 mil unidades deixaram as linhas de montagem, aumento de 4% ao se comparar com as 15,1 mil de igual período do ano passado. Já as exportações em março apresentam crescimento de 25,2% - 2,7 mil caminhões foram negociados com outros países no mês anterior, enquanto 2,1 mil foram exportados em fevereiro. Na análise contra as 1,6 mil de março do ano passado, o balanço é superior em 67,4%.
No segmento de ônibus, o licenciamento em março foi de 857 unidades, um avanço de 100,2% frente às 428 de fevereiro, mas recuo de 13,2% contra as 987 de março do ano passado. O acumulado do trimestre registra queda de 34,2%: 1,8 mil unidades neste ano ante 2,7 mil em 2016. A produção de chassis para ônibus no terceiro mês deste ano ficou em 1,7 mil unidades, expansão de 24,2% se comparado com as 1,4 mil de fevereiro e de estabilidade frente ao volume de março do ano passado. Nos três meses já transcorridos de 2017, foram fabricados 4,1 mil chassis, diminuição de 5,2% quando analisado com as 4,3 mil do ano anterior. E as exportações de ônibus neste ano, com 1,6 mil unidades, também ficaram estáveis em relação ao resultado do mesmo período de 2016.
As vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias no acumulado registraram expansão de 41,1% quando comparadas às 9,8 mil unidades deste ano com as 6,9 mil do ano passado. Na análise mensal, as 3,7 mil unidades de março de 2017 foram 14,8% maiores do que as 3,2 mil unidades de fevereiro e 28,6% superiores sobre as 2,9 mil unidades vendidas em março do ano passado.
A produção do segmento no terceiro mês apresentou alta de 22,7% com relação a fevereiro - 5,6 mil e 4,5 mil unidades, respectivamente - e de 90% frente a março do ano passado, quando saíram das linhas de montagem 2,9 mil máquinas. O total produzido no trimestre, de 13,1 mil unidades, ficou 72,2% acima das 7,6 mil do ano passado. As exportações se expandiram 14,4% no acumulado do ano, com 2,3 mil unidades, contra 2 mil no ano passado.

Produção de motos sobe 2,3% em março e fecha o trimestre com alta de 1,6%

Maior atividade das fábricas deve-se ao aumento das vendas externas

Maior atividade das fábricas deve-se ao aumento das vendas externas


ANT/ANT/ABR/JC
Balanço divulgado na semana passada pela Abraciclo, entidade que representa a indústria nacional de motocicletas, mostra que a produção do setor subiu 2,3% em março, na comparação com o mesmo período de 2016. Em relação a fevereiro, mês mais curto por conta do feriado de Carnaval, a produção de motos no País registrou alta de 22,4%.
No total, 82,4 mil motos foram fabricadas durante o mês passado, o que leva para 231,4 mil unidades o total produzido no acumulado do primeiro trimestre, 1,6% acima do volume dos três primeiros meses do ano passado.
As vendas no atacado - das montadoras para as concessionárias - ficaram praticamente estáveis, com leve alta de 0,2% no primeiro trimestre, mas as exportações tiveram forte crescimento no período, mostrando avanço de 26,9%. Durante o primeiro trimestre, foram vendidas 215,8 mil motocicletas no mercado doméstico e exportadas 17,4 mil unidades.
A Abraciclo manteve as projeções, que apontam para uma queda de 3,8% das vendas neste ano. Apesar disso, a expectativa para a produção é de crescimento de 2,5%, no embalo de um aumento de 57,6% previsto nas exportações.
Em nota, Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, disse que o setor segue cauteloso, mas que iniciativas como a da Caixa Econômica Federal, que recentemente lançou uma linha de crédito especial para motocicletas, devem, em conjunto com a estabilidade econômica, "impulsionar" os negócios. Só no mês passado, as montadoras entregaram 80,4 mil motos às revendas - uma queda de 3,8% na comparação anual - e exportaram 5,7 mil unidades, 21,2% acima do volume embarcado um ano antes.