Fernanda, idealizadora do projeto, acredita 
que é primordial o investimento em capacitação Fernanda, idealizadora do projeto, acredita que é primordial o investimento em capacitação Foto: ARQUIVO PESSOAL/JC

AfroBusiness incentiva empreendedores negros

Fernanda Ribeiro é uma das idealizadoras do AfroBusiness, uma rede de profissionais formalizada em novembro de 2015, que tem como finalidade criar mecanismos que promovam a capacitação entre empreendedores, intraempreendedores e profissionais liberais negros. A rede atua nas áreas de integração, educação, pesquisa, ferramentas financeiras e eventos.
Nesta entrevista, Fernanda fala sobre os próximos passos da iniciativa e do impacto no Brasil. Os empreendedores interessados no projeto podem se associar ao AfroBusiness pelo site www.afrobusiness.com.br.
GeraçãoE - Como surgiu a ideia do AfroBusines?
Fernanda Ribeiro - Surgiu a partir de um relacionamento comercial frutífero entre os fundadores Sergio (publicitário) e Márcio (advogado). Eu participei deste processo de início e do desenho da associação, juntamente com eles. A nossa ideia sempre foi fomentar o empreendedorismo e fortalecer de forma igual todos os negócios da rede.
GE - O que a iniciativa promove?
Fernanda - Empreender tem suas dores e sabores, e cada estágio do negócio apresenta desafios específicos. Quando um negro empreende, encontra os desafios naturais e os mantidos pelas desigualdades étnicas. Sendo assim, sabemos que em algum momento terão que resolver os mesmos problemas. Durante esses processos, encontrar redes de colaboração dentro de um ecossistema amigável é fundamental. O ecossistema afroempreendedor é cheio de particularidades que me encantam. Os afroempreendedores, em sua maioria, empreendem por necessidade, desta forma transformam os seus talentos em negócios. E estes negócios carregam uma identificação cultural, valorização estética e uma preocupação com o desenvolvimento da comunidade em diversos aspectos. Outro fator interessante é que esses negócios atendem uma demanda especifica. Atualmente, os afroempreendedores correspondem a 53% dos empresários do Brasil, empreendendo em áreas menos lucrativas, de produtos e serviços. Acredito que é primordial o investimento em capacitação e tecnologia para potencializar estes negócios. Gradativamente, esses números tendem a melhorar, considerando que muitos jovens negros enxergam o empreendedorismo como ferramenta de mudança social.
GE - De onde vem a verba das atividades?
Fernanda - Somos uma instituição sem fins lucrativos. Os workshops e cursos oferecidos de forma gratuita acontecem por meio do apoio de parceiros.
GE - Há planos para o projeto se expandir para o resto do País, como no Rio Grande do Sul?
Fernanda - Por enquanto, as nossas ações estão concentradas em São Paulo, mas estamos com planos de expandir para outros estados, e o Rio Grande do Sul está no nosso radar. Sabemos que existe uma comunidade negra muito forte no Sul do Brasil, e acreditamos que existe um ecossistema com potencial de ascensão.
GE - No último ano, houve uma repercussão grande sobre empreendedorismo negro.
Fernanda - A ascensão do afroempreendedorismo está relacionada a dois fatores: um que me deixa extremamente feliz, que é o "movimento" da população negra para a sua aceitação, entendimento e de identificação étnica. O segundo é a precarização do mercado de trabalho, fazendo com que o empreendedorismo se torne uma fonte de renda, quando não há aceitação no mercado formal.
Compartilhe
Artigos relacionados
Comentários ( )
Deixe um comentário

Publicidade
Newsletter

HISTÓRIAS EMPREENDEDORAS PARA
VOCÊ SE INSPIRAR.

Receba no seu e-mail as notícias do GE!
Faça o seu cadastro.





Mostre seu Negócio