Clientes são atendidos em cadeiras clássicas do século XX

Barbearia recria clima vintage em Torres


Clientes são atendidos em cadeiras clássicas do século XX

Exceto pelo aparelho de ar-condicionado e o modem de internet com as luzes piscando, ao entrar na Barbearia Bertoldo, o cliente é remetido a uma legítima barbershop da década de 1960, com decoração alusiva aos Estados Unidos e Londres. E foi justamente essa a proposta do jovem Valdomiro Manoel Bertoldo Júnior, hoje com 28 anos, quando abriu o negócio, em 2012.
Exceto pelo aparelho de ar-condicionado e o modem de internet com as luzes piscando, ao entrar na Barbearia Bertoldo, o cliente é remetido a uma legítima barbershop da década de 1960, com decoração alusiva aos Estados Unidos e Londres. E foi justamente essa a proposta do jovem Valdomiro Manoel Bertoldo Júnior, hoje com 28 anos, quando abriu o negócio, em 2012.
Os quadros espalhados pelas paredes, as fotos do pai - um dos 14 barbeiros ou cabeleireiros da família -, um rádio, discos e fitas K-7 fazem parte do ambiente, que fica em Torres, no Litoral Norte. As cadeiras onde são atendidos os clientes - uma Louis Hanson fabricada no início do século XX e uma Invicta da década de 1930, feita em Porto Alegre - dão um toque histórico ao espaço. Juntas, elas têm quase 200 anos.
Antes de conquistar os frequentadores e o reconhecimento, Valdomiro trabalhava em uma marcenaria da cidade. Um acidente de moto colocou o rapaz em um período de ócio. A vontade de não ficar parado e a tradição de cortar cabelos e barbas que estava na família há algumas gerações o fez ir atrás de um curso de cabeleireiro, para aperfeiçoar aquilo que aprendeu desde criança vendo seus familiares praticando.
O primeiro salão de beleza veio seis meses após o ocorrido. O negócio, aberto em parceria com um colega de curso, durou pouco tempo. Logo depois, Valdomiro resolveu seguir o caminho sozinho, com um conceito diferente dos outros locais que já existiam na cidade.
"Eu queria ter uma barbearia, não um salão de beleza", ressalta o empreendedor. Durante o pouco tempo livre entre um cliente e outro, pesquisou na internet o estilo das barbershops clássicas e quis reproduzir na região.
O jovem lembra que um tio, também cabeleireiro, não deu muito apoio à ideia. "Ele disse que ninguém mais usava o nome de barbearia, que era uma coisa antiga, nem imaginávamos que viraria essa moda que está hoje, com várias nesse estilo", lembra. "Antes de virar moda, eu já estava lá", brinca ele, bem-humorado, quando fala sobre a febre que tomou conta do mercado nos últimos anos.
Mas Valdomiro também sabe ver o assunto com seriedade. "Eu gosto de deixar claro que aqui não é só mais uma barbearia com uma decoração legal, que é um negócio que está na minha família há muito tempo, é uma tradição."
E deu tão certo que ele resolveu passar o hábito adiante. O sobrinho José Antônio Bertoldo Schardosim, 21 anos, foi convidado para entrar como sócio, fazendo o legado das tesouras chegar à quarta geração. O garoto vivia pela barbearia durante os intervalos de seu trabalho como açougueiro, e o tio notou seu interesse pelo ramo.
Valdomiro ensinava o sobrinho quando o estabelecimento fechava e, com dois meses de treinamento, ele iniciou os trabalhos oficialmente. "Conseguimos estabelecer um negócio de sucesso aqui, com uma clientela fixa, que só cresce. Todo dia, aparece algum cliente novo, que vem por indicação de outros amigos", aponta José Antônio. "Já recebemos propostas de fundir a empresa com outros ramos, como tatuagem, o que mostra como está dando certo", completa.
Apesar das sugestões para mudar de local ou ampliar a estrutura, que tem 3x6 metros, tio e sobrinho projetam o futuro da empresa ali mesmo, na sala comercial da avenida Barão do Rio Branco, região central do município, implementando a barbershop com atrativos para manter a clientela. Isto, claro, sem deixar de lado o espírito familiar.

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