Roupas infantis e brinquedos são confeccionados com tecidos orgânicos ou reciclados de garrafas pet

Bióloga lança empresa de enxovais ecológicos


Roupas infantis e brinquedos são confeccionados com tecidos orgânicos ou reciclados de garrafas pet

Lençóis, mantas, bodies, camisetas, almofadas, gorros, babeiros, bolsas e sacos de passeio são alguns dos itens oferecidos pela Green is Great para montar o enxoval do bebê de maneira consciente. As peças de contato direto com a criança são feitas de algodão orgânico, enquanto os acessórios e brinquedos são de garrafas pet e algodão reciclados.
Lençóis, mantas, bodies, camisetas, almofadas, gorros, babeiros, bolsas e sacos de passeio são alguns dos itens oferecidos pela Green is Great para montar o enxoval do bebê de maneira consciente. As peças de contato direto com a criança são feitas de algodão orgânico, enquanto os acessórios e brinquedos são de garrafas pet e algodão reciclados.
Os produtos variam entre R$ 28,00 (gorro) e R$ 185,00 (bolsa de passeio), e podem ser adquiridos pelo site ou em duas lojas parceiras na Capital: Banana Verde, no bairro Bom Fim, e Bordados & Cia, no Moinhos de Vento. Recentemente, foi lançado também o projeto Upcycling em que recolhe guarda-chuvas usados para reaproveitar o nylon na produção de acessórios. Os pontos de coleta são divulgados na página do Facebook.
O pontapé para Beatriz Kats, 49 anos, criar sua primeira empresa foi a necessidade. Em 2004, quando ganhou seu primeiro filho, tentou fazer seu enxoval com tecidos não sintéticos, mas não encontrou. Também queria bichos de pelúcia da fauna brasileira e não conseguiu ninguém que fizesse. Após a cena se repetir na sua segunda gravidez, em 2009, resolveu abrir a Green is Great, que vende enxovais ecológicos e estampados com a fauna nacional.
A oportunidade de mercado fez com que ela colocasse em prática um desejo antigo. O mesmo desejo que a fez ser bióloga e trabalhar na Amazônia e no Pantanal estudando os animais locais, o de estimular a preservação ambiental. Porém, com o tempo percebeu que precisava mudar sua atuação.
“Me chocava muito ao ver a destruição, caminhões carregando enormes troncos de madeira. Um dia um índio me perguntou o porquê de estudar tanto. Eu respondi que era para ajudar a preservar. Então, ele me disse que não precisava disso, era só o homem ir embora e deixar eles viverem. Eu trabalhava para mudar o mundo, mas pensei que poderia ser mais útil na outra ponta, onde as decisões são tomadas”, conta.
Então, retornou para Porto Alegre em 1995 e, após um período trabalhando na empresa de exportações do pai e outro que se dedicou apenas à maternidade, fundou a Green is Great, um projeto que lhe permitiu fazer o que desejava, ajudar a mudar o estilo de vida das pessoas para um consumo mais consciente.
Uma das indústrias mais poluentes do mundo é a têxtil, desde a plantação à confecção. Os produtos com selo orgânico são produzidos sem agrotóxico, com fertilizante natural, sem trabalho escravo e infantil. Não é utilizado elemento químico na produção do fio, tanto que utilizamos o algodão cru”, explica. Recentemente, ela começou a utilizar tingimento vegetal.
Sem experiência no ramo da moda, a bióloga fez curso particular de costura e começou produzindo apenas mantas, sacos de passeio e lençóis. Atualmente, a empresa conta com mais de 25 peças.
Ela conta que a Green is Great não consegue ser sua única fonte de renda – dá aulas de holandês para complementar o orçamento – porque nunca se dedicou integralmente ao negócio. “Tudo depende de mim e eu sou mãe, sempre priorizei meus filhos. Agora, tenho mais tempo porque eles estão crescendo e isso se reflete no trabalho”, conta. Porém, também aponta a dificuldade em finalizar vendas devido à cultura de consumo resistente.
“Todos acham muito bacana o que eu faço, mas não reconhecem. E não é pelo preço, porque minha margem de lucro é muito menor do que a do mercado. Mesmo assim, muitas pessoas preferem comprar de uma marca conhecida, mesmo sabendo o histórico de produção daquele produto”, desabafa.
Atualmente, a empreendedora está reestruturando a empresa para pensar nos projetos futuros. Também está em busca de investidores e sócios.

Bom saber

No Rio Grande do Sul há duas empresas fornecedoras de tecidos ecológicos. A Maxitex - de Sapucaia do Sul, que produz materiais com reaproveitamento de Pet, Juta, Viscose, Algodão e Lã - e a Justa Trama - uma cooperativa presente em cinco estados do Brasil, que atua desde a plantação do algodão até a confecção de forma sustentável. Ambos são fornecedores da Green is Great, mas o último realiza também a confecção dos seus produtos.