Ulisses Miranda

"O pessimismo não é ruim, ele apenas me dá uma noção de que tudo pode dar errado", disse, em palestra promovida pelo Sebrae

Karnal aconselha presença de pessimistas em empresas

Ulisses Miranda

"O pessimismo não é ruim, ele apenas me dá uma noção de que tudo pode dar errado", disse, em palestra promovida pelo Sebrae

Leandro Karnal foi um dos palestrantes da 4ª edição do Seminário Desafios do Crescimento, realizado no auditório da Federasul e organizado pelo Sebrae-RS em parceria com a Endeavor Brasil, no dia 8 de novembro. Entre os temas que relacionou ao empreendedorismo, iniciou abordando o pessimismo e o otimismo.
Leandro Karnal foi um dos palestrantes da 4ª edição do Seminário Desafios do Crescimento, realizado no auditório da Federasul e organizado pelo Sebrae-RS em parceria com a Endeavor Brasil, no dia 8 de novembro. Entre os temas que relacionou ao empreendedorismo, iniciou abordando o pessimismo e o otimismo.
"Pessoas que apostam apenas nos aspectos práticos fracassam como empresários - e como maridos ou esposas. O pessimismo não é ruim, ele apenas me dá uma noção de que tudo pode dar errado."
O professor aconselhou que todos tenham um pessimista em suas empresas e famílias. "No máximo um." Mas, para resolver qualquer coisa, é preciso otimismo.
"Só o otimismo resulta em ação. Ao fazer o levantamento dos riscos de um novo negócio, ouçam um pessimista. Depois, afastem-no e trabalhem."
Karnal comparou a crise atual às que ocorreram no século passado e satirizou o que ouviu de dois grandes economistas na televisão. "Eles disseram que 'talvez, é possível, existe a chance, há uma hipótese, que, no horizonte nebuloso, ainda, a crise, talvez esteja, provavelmente, passando'."
Destacou, também, que todos estão suscetíveis aos seus desdobramentos, contudo, é em um momento como esse que as possibilidades aumentam.
"A crise separa o amador do profissional. Estabelece quem tem competência, afasta quem veio a passeio para o mundo dos negócios", afirmou.
Indo mais a fundo, estabeleceu que a crise que passamos não é apenas econômica. Segundo o professor, houve um colapso de todos os sistemas gerais, e a instabilidade surge como "a grande inércia da humanidade".
Na composição desse pensamento, também assinalou a importância de errar. "Nós erramos e tentamos de outra forma. É o trauma, diz Freud, que nos educa", citou, brincando que, quando tomamos um choque, descobrimos um pouco sobre a condução da eletricidade. "Quem não aprende com os seus erros repete incessantemente. Errar é humano."
Saindo da discussão sobre os momentos de turbulência econômica, Karnal pousou seu pensamento sobre o que chama de "zona de conforto" e como a mudança é primordial. "É muito importante pensar que o que me abraça, me sufoca; o que me protege, me destrói." Ele adverte que é preciso se reinventar sistematicamente e que tudo está em transformação permanente. "Há pessoas que decidem não mudar. O problema é que a mudança passa por elas", observa. "A mudança é difícil, não mudar é fatal", finaliza.
Doutor em História Social pela USP e professor na Unicamp, Karnal escreveu em autoria ou coautoria mais de 10 livros, sendo que alguns estão entre os mais vendidos do Brasil. É membro do conselho editorial de revistas científicas, colunista fixo do jornal Estadão e tem participação semanal nas rádios e canais de TV do grupo Bandeirantes.
 
 
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