Grupo, localizado na banca 5, participa pela primeira vez da Feira do Livro

Sócios fundam três editoras para atingir nichos distintos


Grupo, localizado na banca 5, participa pela primeira vez da Feira do Livro

A 62ª Feira do Livro de Porto Alegre está especial para três editoras do mesmo grupo. Na Banca 5, a Não Editora, a Dublinense e a Terceiro Selo estreiam no evento.
A 62ª Feira do Livro de Porto Alegre está especial para três editoras do mesmo grupo. Na Banca 5, a Não Editora, a Dublinense e a Terceiro Selo estreiam no evento.
A história dos negócios começa com o desejo de um publicitário e um designer, em 2007, de criar uma editora que fosse diferente das outras e que pudesse dizer "não" a uma série de aspectos literários e de mercado. Daí surgiu a Não Editora, de Rodrigo Rosp e Samir Machado.
Com a ajuda de mais três amigos - Antônio Xerxenesky, Guilherme Smee e Luciana Thomé -, Samir e Rodrigo se dedicaram a publicar somente livros de ficção.
"A gente queria publicar uma literatura que fosse fora do tradicional, mas também queríamos desconstruir a ideia de que uma boa literatura é a marginal e que a que vende é lixo", diz Rodrigo. Para tornar esse estilo alternativo atraente e comercial, os sócios investiram na produção das capas, posicionando os livros nas prateleiras das livrarias e sempre se comunicando com o público.
Rodrigo, que também é escritor, se descobriu um bom "ficcionalista" quando tinha 12 anos, ao produzir uma redação para a escola contando sobre suas férias. "Todo mundo lá contando a monotonia das férias e eu contei que tinha ido para uma ilha deserta com meus amigos, e que as formigas assassinas tinham matado todos eles. Só eu tinha sobrevivido", lembra.
Durante a faculdade, a escrita foi ficando um pouco de lado, e ele se dedicou mais ao lado profissional. Trabalhou em agências de publicidade, primeiramente como redator, depois, como revisor. Foi nesse momento que o gosto pela escrita voltou à tona. A Não Editora era um projeto paralelo dos sócios e nenhum deles se dedicava inteiramente a isso. Rodrigo, no entanto, queria deixar as agências e se voltar à empreitada literária. Por isso, em 2009, decidiu, juntamente com Gustavo Faraon, criar a Dublinense. Esta operação daria espaço aos livros não ficcionais que não se enquadravam na Não Editora.
"A Dublinense veio para abrir um pouco mais o escopo de publicação e trabalhar com livros mais comerciais mesmo. A gente começou a publicar nacionais, em seguida publicamos um autor argentino. Depois, começamos com autores portugueses, uma série de alemães, livros de psicanálise, de negócio, de música, de esportes. Então, a Dublinense abriu um espaço que a Não Editora não tinha", expõe.
Em 2010, Rodrigo decidiu unificar as operações: a Dublinense comprou a Não Editora, passando a utilizar a mesma sede e a mesma nota fiscal. Mas ainda não era suficiente.
Rodrigo tinha vontade de dar espaço ao novo escritor que não se encaixava no perfil da Não Editora, dando origem à Terceiro Selo.
"A Terceiro Selo é o espaço de apostas da Dublinense", define. O grande diferencial das três editoras é, para ele, a proximidade com o autor. "Uma editora feita por escritores é uma editora que trata diferente os autores. Isso era uma coisa que sempre vi que parecia uma rixa entre editores e escritores. Eu sempre pude ser um editor que, antes de ser editor, é autor, e a gente recebe retornos positivos em virtude disso."
Com o crescimento das editoras, os sócios viram a necessidade de dar mais visibilidade ao trabalho, o que motivou a associação à Câmara Riograndense do Livro, em 2014. "A gente se associou à Câmara e aplicou a inscrição para participar da feira. O que levou dois anos. Só agora que a gente entrou", conta.
Nesta estreia, Rodrigo já percebe a importância do evento. "Aqui, o público está na nossa frente, a um metro de distância. Essa comunicação direta é a coisa que tem de mais sensacional e que eu não tinha ideia de quanto isso era intenso e possível", revela. Segundo o empreendedor, mesmo promovendo bate papos, eventos e palestras ao longo do ano para que os autores estejam mais visíveis e encontrem os leitores, nada se compara à quantidade de pessoas que passa pela Praça da Alfândega durante esses 19 dias.

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