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 No Tecnopuc, foto para central do Empresas &Negócios com 5 mulheres que ocupam posições importantes na TI gaúcha e que servem de inspiração para ajudar que novas representantes do sexo feminino se interesse pelo setor.  Na foto: Gabriela Ferreira  Foto: FREDY VIEIRA/JC

Gabriela Ferreira

Diretora de inovação e desenvolvimento da pró-reitoria de pesquisa, inovação e desenvolvimento da Pucrs

Viajar para conhecer outras realidades é a melhor maneira de ver a nós mesmos

Gabriela Ferreira, diretora de inovação e desenvolvimento da pró-reitoria de pesquisa, inovação e desenvolvimento da Pucrs, fala sobre a importância de viajar

Quem trabalha com inovação sabe que não faz sentido reinventar a roda. Em se tratando de ecossistemas de inovação, é uma prática comum conhecer diferentes ambientes, especialmente os já consolidados, para buscar referências e inspiração. Com esse objetivo, participei, com colegas de todo o Brasil, de uma missão técnica organizada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) para Holanda, Suécia e Rússia, onde ocorreu a 33ª Conferência da Associação Internacional de Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação (Iasp, na sigla em inglês).
Países diferentes e experiências variadas. Universidades, parques científicos e tecnológicos, incubadoras, empresas que promovem empreendedorismo e inovação, aceleradoras, áreas de inovação. Algo em comum: a definição de apostar na inovação e no empreendedorismo como forma de desenvolvimento das regiões, mas sem considerar isso uma panaceia que, num passe de mágica, vai garantir progresso econômico. Ao contrário, a clareza de que essa é uma visão que precisa de estrutura e, principalmente, de mecanismos que a viabilizem. Especialmente na Holanda e na Suécia, onde visitamos diversas experiências, fica muito nítida a forma de operação. Há uma estratégia de Estado (e não de governo) definida, em que cada agente envolvido (grandes empresas, startups, universidades) sabe exatamente qual a sua parte no todo. E mais: cada um confia que os outros farão a sua. E, adivinhem, todos fazem. A partir disso podemos pensar que, para que possamos "chegar lá", a receita é simples. Basta ter uma visão unificada, e nem precisa de contratos elaborados ou muita preocupação com controle. Como transferir isso para nossa realidade? Como toda receita, é simples e complexo. Encontramos mais do que gestores de parques científicos e incubadoras, estivemos com dinamizadores da economia de cidades e regiões. Imaginávamos conversar com profissionais focados no crescimento das suas estruturas, e aprendemos que eles pensam no todo de cada ecossistema. Queríamos entender como eles fazem, e ficamos sem acreditar como o Brasil funciona.
De tudo isso ficam algumas certezas: cada contexto tem suas peculiaridades e, quando se trata de inovação, empreendedorismo e desenvolvimento não têm receitas. É preciso encontrar nossa forma de fazer - mesmo que copiar, para não reinventar a roda, seja tentador. E talvez a que mais me chamou a atenção: viajar para conhecer outras realidades, na verdade, é a melhor maneira de ver a nós mesmos.
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