Ulisses Miranda

Uma pesquisa do Banco Central, de 2014, constatou que 53,4 bilhões de milhas expiram por falta de uso

Trio de Porto Alegre cria destino solidário para milhas aéreas que sobram

Ulisses Miranda

Uma pesquisa do Banco Central, de 2014, constatou que 53,4 bilhões de milhas expiram por falta de uso

O projeto Milhas do Bem foi criado pela analista de sistemas Patrícia Flores, 30 anos, e pelas publicitárias Celina Spoalor, 29, e Luciana Russowsky, 30. A ideia é dar um destino àqueles pontos e milhas aéreas que acumulam junto aos bancos e programas de fidelidade. Antes que expirem, é possível doá-los através do projeto para alguém ou alguma causa. O trio uniu o útil ao agradável. Mais do que isso, reescreveu o ditado, fazendo daquilo que não é útil algo benéfico à sociedade.
O projeto Milhas do Bem foi criado pela analista de sistemas Patrícia Flores, 30 anos, e pelas publicitárias Celina Spoalor, 29, e Luciana Russowsky, 30. A ideia é dar um destino àqueles pontos e milhas aéreas que acumulam junto aos bancos e programas de fidelidade. Antes que expirem, é possível doá-los através do projeto para alguém ou alguma causa. O trio uniu o útil ao agradável. Mais do que isso, reescreveu o ditado, fazendo daquilo que não é útil algo benéfico à sociedade.
Uma pesquisa do Banco Central, de 2014, constatou que 53,4 bilhões de milhas expiram por falta de uso. O número equivale a 24% do total de pontos conquistados naquele ano. "A gente começou a se dar conta que tinha muita milha desperdiçada e que milha é dinheiro. Então, enquanto de um lado tinha dinheiro sendo desperdiçado, jogado fora, de outro tinha gente que precisava desse dinheiro", observa Celina.
No fim de 2015, o grupo participou de um concurso de startups, levando para a disputa a ideia do Milhas do Bem. Bingo: foi um dos seis finalistas, entre mais de 60 concorrentes. Não venceu, mas mesmo assim resolveu tirar a ideia do papel. "A gente sabe que, se tivéssemos ganho o concurso, provavelmente estaríamos num estágio mais avançado. Seria mais fácil chegar nos parceiros grandes", continua Celina.
A burocracia existente no processo de troca de pontos por produtos ainda é um grande empecilho para que o projeto alcance voos altos. Mas não é o único. "Acho que as pessoas não têm o costume de acompanhar quanto elas têm de pontuação de milhas. Acaba que, às vezes, não usam nem para elas próprias. Ou, quando decidem usar, a milha já expirou", lamenta Luciana.
Uma parceria com os mineiros do MaxMilhas foi firmada para auxiliar no processo de doação. É um canal de compra e venda de milhas e, através dele, a pessoa que estiver vendendo suas milhas vai poder optar por vender todas ou parte delas. Da quantidade que ela colocar à venda, escolherá quanto irá para o Milhas do Bem e quanto quer receber de volta em dinheiro.
"A ideia é pegar essas milhas e transformar em dinheiro para fazer chegar nas causas", explica Patrícia.
A principal ferramenta de contato com as meninas é o Facebook. Por ali, muitas pessoas contam suas histórias e pedem auxílio.
O Milhas espera poder abraçar mais causas num futuro próximo, servindo como ponto de referência e credibilidade para alavancar doações. Patrícia é a responsável pelo site, relançado neste mês, com peças publicitárias e artes desenvolvidas por amigos designers. A profissionalização do projeto de comunicação visa alcançar as grandes empresas.
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