Matthew Wettergreen, professor da Rice University, esteve em Porto Alegre para um evento na Pucrs Matthew Wettergreen, professor da Rice University, esteve em Porto Alegre para um evento na Pucrs Foto: CAMILA CUNHA/ASCOM/PUCRS/DIVULGAÇÃO/JC

O que os materiais simples nos ensinam

Matthew Wettergreen é professor da Rice University, em Houston, nos Estados Unidos. Lá, ele ensina disciplinas de design de engenharia e de algo que se chama prototipagem de baixa fidelidade (ou baixa resolução, na tradução do inglês), que é basicamente criar soluções com ferramentas ordinárias para problemas cotidianos. Durante passagem por Porto Alegre a convite da Pucrs, ele aplicou a metodologia com participantes de uma oficina no Idear. As tarefas eram simples, como montar caixas com papelão e fita - mas de diferentes maneiras -, construir ferramentas hábeis a pegar feijões só com pincéis, palitos e arame ou tentar empilhar a mais alta torre com dados de um mesmo tamanho em um tempo pré-determinado. A ideia central, segundo ele, é despertar a consciência de que devemos nos encorajar a resolver problemas com o que temos em mãos e, a partir de tarefas básicas, afinar a percepção do que pode ser feito.
GeraçãoE - Como podemos usar a prototipagem?
Matthew Wettergreen - Prototipagem é resolver problemas criando objetos, físicos ou digitais. Na Prototipagem de Baixa Fidelidade usamos materiais como palitos de picolé, massa de modelar, canudos ou utensílios de cozinha, de plástico ou de escritório, para resolver problemas.
GE - E como as pessoas podem aprender enquanto "fazem coisas" com estes objetos?
Matthew - Esses objetos de baixa resolução se parecem muito com o que crianças brincam na escola ou com o que temos no escritório ou cozinha. A primeira coisa que as pessoas dizem é que isso se parece com brinquedo de criança ou lixo. E isso é uma coisa boa, porque ninguém precisa de treinamento especializado ou educação para usar estes materiais. Tudo o que você precisa é engenhosidade prática e criatividade. Todo mundo é criativo, e todo mundo pode usar elástico e fita para resolver problemas.
GE - De que forma colocar isso em prática?
Matthew - O jeito de começar a usar a prototipar é encontrar todos os materiais como estes que você tenha em casa, que poderiam agir na resolução de problemas, colocá-los em cima de uma mesa e começar a juntá-los, criar ferramentas e tentar ver maneiras de resolver seus pequenos problemas de casa com eles. E, claro, não ter medo de falhar.
GE - Como funciona a aplicação na universidade?
Matthew - Quando nós estamos ensinando nossos alunos a resolver problemas, estamos falando das questões do mundo, como acesso à água limpa, medicamentos ou técnicas de tratamento que farão pessoas andar. Nós começamos com estes materiais de baixa fidelidade porque nossos alunos não têm as habilidades de um mecânico ou um especialista em fabricação. Mas eles têm criatividade. Então, usam estes materiais para chegar até as soluções a partir deles, e depois vamos para algo como uma impressora 3D ou um cortador à laser, manufatura mais avançada.
GE - O que você diria para as pessoas que acham que não podem construir soluções por si?
Matthew - O jeito mais importante de aprender é falhar. E falhando, voltando atrás e fazendo de novo, você pode falhar de novo. E de novo. Se você se levantar e continuar a aprender, você na verdade se tornará melhor em algo. Então, se você ficar tentando, eventualmente você terá sucesso.
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