Fábio Abreu, da PwC Brasil, dá detalhes sobre o levantamento feito pela companhia Fábio Abreu, da PwC Brasil, dá detalhes sobre o levantamento feito pela companhia Foto: JONATHAN HECKLER/JC

Jovem quer inovar empresa familiar, aponta pesquisa

Levantamento realizado pela PwC traça o perfil e perspectivas da nova geração de empreendedores familiares

A Pricewaterhousecoopers (PwC) realiza, há 10 anos, uma pesquisa mundial sobre o perfil das empresas familiares. Em 2014, aplicou a primeira com foco na nova geração de empreendedores que precisam dar continuidade aos negócios do clã. Em abril deste ano, ela ganhou sua segunda edição. O representante da PwC Brasil e responsável pelo segmento de family business, Fábio Abreu, 44 anos, comenta os resultados obtidos com o levantamento .
Os dados apontam que uma das barreiras é a tradição da loja física, já que os mais maduros não acreditam no modelo virtual, na internet nem no telefone. Preferem manter os padrões.
GeraçãoE - Em que aspecto os resultados ajudam as empresas familiares?
Fábio Abreu - Eu acho que ela mostra um alinhamento de visão relevante em relação à média mundial, mas traz alguns dados que mostram particularidades do Brasil. Nós fizemos reflexões para entender quais são os grandes temas que irão afetar as empresas nos próximos anos, tais como: as mudanças demográficas, o deslocamento do poder econômico global, escassez de recursos, mudanças climáticas, avanços tecnológicos e urbanização. Então, tentamos inserir estas reflexões macro e trazer à visão da nova geração. Percebemos que, apesar de entenderem a importância desses assuntos, apenas 33% dos entrevistados sentem que as suas empresas são vulneráveis à disrupção digital (inovações que oferecem produtos acessíveis e criam um novo mercado de consumidores). Por quê? Só 3% das empresas atingem a quarta geração. Estamos vivendo momentos disruptivos e de grandes mudanças, em que, de um dia para o outro, empresas centenárias de projeção mundial desaparecem. Então, quando vemos que 67% da nova geração, ao olhar para as suas próprias empresas, ainda acredita que elas não são vulneráveis, a gente tenta provocar uma reflexão.
GE - Excesso de confiança é um erro dessa geração?
Abreu - Não é nosso papel dizer se é certo ou errado, mas alertar para o quanto é preciso ser cético. E, ao mesmo tempo, ter uma visão um pouco mais ampla desses efeitos que vão acontecer num horizonte muito próximo. Quando a gente fala de escassez de recursos, a demanda por alimentos no mundo vai subir 35% num horizonte de 20 anos. Então, será que todas essas questões não vão ter efeito nos negócios?
GeraçãoE - Há uma tendência dos jovens em procurar outros negócios com mais inovação em vez da empresa da família?
Abreu - Quando a gente vê as estatísticas, se percebe que 58% das pessoas sempre pensaram em trabalhar na empresa da família. Ao mesmo tempo, porém, dão importância à inovação. Eu vejo muito mais o foco de trazer a inovação para dentro do negócio familiar, porque eles já têm o DNA, eles têm a identidade com aquele negócio. Isso não significa que todos pretendem seguir na empresa. Muitos vão empreender e outros vão para o negócio da família. Aqueles que vão mesmo para a família pretendem trazer inovação. Isso é um indicativo muito interessante, de que a inovação não está dissociada da perenidade.
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