Negócio da Moinho Wafers, tocado pelos estrangeiros Willem Vos e Mels Kraans, cresce 30% ao ano

Como começou a história dos famosos biscoitos holandeses produzidos em Ivoti


Negócio da Moinho Wafers, tocado pelos estrangeiros Willem Vos e Mels Kraans, cresce 30% ao ano

Biscoitos holandeses, chamados de stroopwafel e spekulaas, são cada vez mais comuns nas gôndulas de lojas do Rio Grande do Sul – e fora dele. A marca Moinho Wafers, de Ivoti, comandada por dois empreendedores "originais" da Holanda, Willem Vos, 49 anos, e Mels Kraans, 47, é especializada nos produtos e vê seus números crescerem 30% ao ano.  
Biscoitos holandeses, chamados de stroopwafel e spekulaas, são cada vez mais comuns nas gôndulas de lojas do Rio Grande do Sul – e fora dele. A marca Moinho Wafers, de Ivoti, comandada por dois empreendedores "originais" da Holanda, Willem Vos, 49 anos, e Mels Kraans, 47, é especializada nos produtos e vê seus números crescerem 30% ao ano.  
Com cerca de 300 marcas revendedoras e diversos pontos de vendas espalhados por quase todos os estados brasileiros, a empresa já começa a mirar o mrcado exterior – Argentina e Uruguai, o que pode ocorrer em 2017. Outro objetivo é sair da rua Santa Rita, onde fica a fábrica atualmente. “Gostamos daqui, mas nossa produção precisa crescer e não temos mais espaço”, comenta Kraans. A alteração também está prevista para o ano que vem.
A história da empresa começou com apenas um dos sócios e sua esposa. No início de 2010, de maneira informal, Vos e Alexandra passaram a produzir e vender os biscoitos para os vizinhos de Ivoti. “Ela fazia o stroopwafel artesanal no porão de casa e eu saía para vender alguns pacotes por dia”, lembra Vos, que mora no Brasil desde 2004 e, à época, trabalhava na indústria couro-calçadista.
O stroopwafel é o tradicional waffle holandês. O biscoito é composto por duas finíssimas partes de massa, em formato de disco, e recheadas com calda de caramelo. Geralmente, é acompanhado de chá ou café. Tem até ritual para comer: tapando a boca da taça de bebida quente com o doce, o vapor acaba derretendo o caramelo. O sabor é ainda maior.
No início do negócio, quanto mais produziam, mais biscoitos vendiam. E, assim, a história do waffle típico da Holanda produzido no Estado começou a se espalhar.
Em dezembro de 2010, a empresa foi procurada pela Casa Santa Luzia, um dos empórios mais famosos de São Paulo, para se tornar fornecedora da loja. Em março do ano seguinte, foi a vez da rede de supermercados gaúcha Zaffari. “Viramos fornecedores deles e nossa marca evoluiu, ficou muito vista. Isso fez a gente crescer de verdade”, afirma o empreendedor. O produto é vendido tanto em embalagem plástica transparente quanto dentro de uma lata personalizada.
Com os novos contratos, a equipe da Moinho se viu obrigada a crescer. Kraans, portanto, entrou na empresa. “Eu queria trazer o stroopwafel para o Brasil, só não sabia se sozinho ou com sócios”, conta ele, com seu forte sotaque neerlandês. “Então, nos conhecemos e, como ele (Vos) queria expandir, decidimos unir nossos planos.” A sociedade entre eles foi selada em 2012.
 Entrevista com os sócios da fábrica de biscoito holandês Stroopwafle Moinho, em Ivoti
Em fevereiro do ano seguinte, Kraans chegou ao Brasil com a família e com uma enorme máquina de fazer stroopwafel (produzida no país natal). Se, de forma artesanal, a Moinho produzia cerca de 200 biscoitos por hora (20 pacotes de stroopwafel), com o novo maquinário a capacidade da empresa catapultou para milhares - dizem, sem dar detalhes sobre quantidades.
Desde o ano passado, a empresa ampliou o mix e passou a produzir o spekulaas, que é o segundo biscoito mais consumido da Holanda. Diferentemente do stroopwafel, ele não leva recheio – o que aumenta a crocância – e tem sabor mais forte, fruto da mistura de especiarias como cravo, canela, noz-moscada, gengibre, coentro, cardamomo e erva-doce. Os holandeses adoram spekulaas no Natal. 

Crescimento forçado

Em 2011, quando o Stroopwafel Moinho chegou ao Zaffari, a ideia era atender uma única loja em caráter experimental

Em 2011, quando o Stroopwafel Moinho chegou ao Zaffari, a ideia era atender uma única loja em caráter experimental. Acontece que a blogueira Mariana Kalil escreveu um texto sobre os biscoitos, afirmando que estavam disponíveis em todas as lojas da rede. “Com a repercussão, o comprador do Zaffari me ligou dias depois e disse: ‘Dá um jeito aí’. Tivemos que acelerar a produção à força”, diz Willem Vos, entre risadas.