Roberta Fofonka

Em vários lugares do mundo, CEOs se valem da meditação para harmonizar ambientes e agregar mais felicidade à rotina

Parar para respirar ajuda a empreender melhor

Roberta Fofonka

Em vários lugares do mundo, CEOs se valem da meditação para harmonizar ambientes e agregar mais felicidade à rotina

O tempo onde os indicadores de produtividade regiam totalmente empresas em uma escalada estressante - contra o tempo e a favor do lucro - passou. Hoje, se quer negócios que privilegiem a ética nas relações, o bem comum e, principalmente, melhora na saúde e nos relacionamentos. Senão, do que vale a pena?
O tempo onde os indicadores de produtividade regiam totalmente empresas em uma escalada estressante - contra o tempo e a favor do lucro - passou. Hoje, se quer negócios que privilegiem a ética nas relações, o bem comum e, principalmente, melhora na saúde e nos relacionamentos. Senão, do que vale a pena?
Em vários lugares do mundo, CEOs estão disponibilizando em suas empresas tempo, lugar e técnicas de harmonização para o aumento no nível de felicidade individual. Essas são afirmações de Lídia Sabbadini, terapeuta e palestrante sobre o assunto que, nesta entrevista, fala sobre a importância da mente serena para quem tem um negócio. Aliás, para todo tipo de profissional.
A clínica Med-RioCheck-up, citada por Lídia, estima que três em cada cinco homens e uma em cada três mulheres sofrem de estresse crônico. Trata-se de um dos principais fatores de risco para os executivos, e acarreta doenças como insônia, gorduras sanguíneas, hipertensão, alcoolismo e gastrite.
GeraçãoE - Qual a relação entre meditação e produtividade?
Lídia Sabbadini - Pessoas que meditam têm condições de acessar uma sabedoria, uma calma, uma paz e, com isso, diminuir os pensamentos e as conversas internas. Há melhora no foco, diminuição do retrabalho e melhora na administração da saúde e das doenças.
GE - O que falta no dia a dia do empreendedor que a meditação vem a suprir?
Lídia - A meditação possibilita nos mantermos menos reativos. O praticante de meditação, por observar os processos da mente, de suas crenças e redes neurais, reage muito menos ou reage com mais paciência ao estresse do trabalho e pessoal. Assim, ele mantém, por exemplo, níveis de adrenalina, cortisol baixos, podendo atingir, com mais fluidez, a excelência nas decisões.
GE - Como você decidiu se especializar no assunto?
Lídia - Meu despertar para a meditação (entre outras técnicas) se deu justamente por meu papel profissional. Como recebo muitos pacientes com dor crônica subdiagnosticada e pacientes com distúrbios importantes de sono, muito cedo aprendi a me envolver com o estresse. O que muitas vezes não nos damos conta é que ele é contaminante, pode contaminar ambientes inteiros. Hoje, sei que de nada adianta o paciente meditar se o profissional também não o fizer.
GE - Como mensurar a que nível de estresse estou?
Lídia - Há diversos e acurados exames que os médicos podem realizar e atribuir graus de estresse. Porém, nossas avós e bisavós sabiam reconhecer uma pessoa estressada só observando sua respiração. Quando nos envolvemos em um processo estressante e não conseguimos sair, via de regra, nossa respiração se apresenta curta, rápida e superficial. É como se estivéssemos congelados e precisássemos levantar os ombros para respirar. Ora, outro fenômeno acontece quando respiramos curto: passamos a ter muitas conversas internas, tipo um blá-blá-blá que nunca se interrompe. Quase não estamos disponíveis para ouvir o outro. Respiração curta tem a ver com um nível baixo de paciência e, basicamente, passamos a reclamar de tudo. O melhor é procurar um profissional de saúde para avaliar seu grau de estresse. Agora, que é bom respirar fundo, é.
GE - Qual é o seu argumento para convencer empresários e empresárias a meditar?
Lídia - Não existe argumento. É um despertar. É um estar pronto. É um desejo de se fazer pleno e feliz em todas as suas personas. Parafraseando o ditado: quando estamos prontos, o momento aparece.
GE - Como a abordagem holística ajuda o empreendedor e suas potencialidades?
Lídia - Nos últimos 20 anos, como praticante, tive a oportunidade de conhecer muitos visionários, muitos empreendedores que também passaram a treinar a meditação. Posso dizer que, na imensa maioria, sentimo-nos plenos, prósperos e abundantes. Isto acontece quando se compreende que manter a mente no presente nos proporciona muito foco, atenção e possibilidades de fluxo criativo. Quando nos abrimos para o autoconhecimento, nos sentimos aptos a trabalhar nossas crenças limitantes. Agora, sem dúvida, reconhecer que podemos parar de jogar a culpa de nossos infortúnios nos acontecimentos e nos outros nos dá um gás enorme para cuidarmos de nossos destinos.
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