Ricardo Leite, diretor da BlaBlaCar no Brasil Ricardo Leite, diretor da BlaBlaCar no Brasil Foto: BlaBlaCar/Divulgação/JC

Carona compartilhada e cheia de blá-blá-blá

Como a startup francesa BlaBlaCar se fixou no Brasil

A startup francesa BlaBlaCar, em operação no Brasil desde o fim de 2015, já soma 12 mil rotas no País. Isto é: 12 mil opções para caronas rodoviárias pagas, combinadas previamente entre motoristas e caroneiros, já foram oferecidas pela plataforma. A ideia, que soma 25 milhões de usuários em 22 países, é fazer com que motoristas e passageiros rateiem o custo da viagem, promovendo não apenas economia, mas também uma socialização entre ambos. Daí, a inspiração para o nome BlaBlaCar, segundo o diretor da companhia no Brasil, Ricardo Leite. De Porto Alegre, há ofertas para diversas cidades - as mais comuns são Florianópolis e Caxias do Sul. Nesta entrevista, Leite fala se é possível lucrar com a opção - assim como ocorre com o Uber.
GeraçãoE - Quais os primeiros resultados da operação brasileira?
Ricardo Leite - Nossas expectativas ainda seguem altas. O País tem uma população e uma frota de carros muito grande. A gasolina está cara em relação à renda. O povo também gosta de viajar. Se você juntar tudo isso, a gente consegue enxergar um potencial de crescimento grande tanto de rotas quanto de viagens. Foram 12 mil combinações entre um destino e outro até agora.
GE - O que é feito para popularizar o aplicativo?
Leite - Alguns pontos são técnicos, como ter servidores próprios para que a velocidade do app e do site seja mais ágil. Depois, nossa preocupação é fazer com que as pessoas se conectem. Há pessoas querendo viajar para Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro etc. Estamos sempre procurando ideias para que os encontros entre motoristas e passageiros aconteçam. Mas o mais importante é a confiança: a gente tem uma série de ferramentas, como confirmação de cadastro, time de moderação (que verifica fotos e mensagens trocadas entre os usuários para garantir que não seja repassado um conteúdo inadequado) e as notas de avaliação.
GE - E como fica a segurança dos usuários?
Leite - Não nos responsabilizamos por eventuais problemas. Nosso papel é oferecer uma solução que conecte o condutor e o caroneiro, e fornecer a avaliação. São ferramentas que ainda vão melhorar ao longo do tempo. Mas nós realizamos uma pesquisa no ano passado com usuários de diversos países e descobrimos que o próprio uso do BlaBlaCar já deixa o trânsito mais seguro: 75% dos motoristas afirmaram que respeitam ainda mais as leis de trânsito quando estão dando carona, e 84% se sentem mais alertas por ter alguém ao lado para conversar.
GE - O BlaBlaCar pode ser rentável para o condutor?
Leite - Não, porque o condutor só coloca no sistema uma viagem marcada, que ele fará de qualquer jeito. Depois, a BlaBlaCar sugere uma participação no valor de cada passageiro entre o ponto A e o ponto B, levando em consideração apenas o preço da gasolina e o pedágio. E ele ainda não tem garantia de que o carro vai encher. Ou seja, se a pessoa quer usar a BlaBlaCar como fonte de renda, não dá. A conta nunca vai fechar. A ideia é que seja um compartilhamento de custo.
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